Data: 04/11/2009
Local: Instituto de Zootecnia - Rua Heitor Penteado,56, Nova Odessa - SP
Coordenação: João José Assumpção de Abreu Demarchi
Resumo
As emissões de GEE são originadas de forma significativa nas áreas rurais do Brasil, sendo estimadas emissões de cerca de 9,2 milhões de t de CH4 pela pecuária. A abertura de novas fronteiras pela pecuária (derrubada de florestas, queimadas, preparo de solo e oxidação da matéria orgânica) tem inúmeras conseqüências negativas ao meio ambiente. A importância da cadeia é evidente pelo tamanho do rebanho (190 milhões de cabeças) e da área de pastagens (210 milhões de ha). A intensificação dos sistemas de produção reduz a emissão de metano por unidade de carne, exatamente por serem mais eficientes no aproveitamento de insumos administrados. Isso também libera parte das áreas para a agricultura, silvicultura e ou reconstituição de matas nativas, sem que haja perda da produção total de carne. Atualmente o Estado de São Paulo tem apenas 7% da Mata Atlântica original, podendo em parte ser recuperada como resultado da intensificação da pecuária de corte ou leite. Além disso, a intensificação da agricultura é essencial em vista do alto custo das terras e da maior competitividade entre as diversas cadeias. Infelizmente, a maior parte da carne produzida em áreas de desmatamento (Amazônia) está sendo consumida na região Sudeste, sendo que o rebanho dessa região aumentou 180% nos últimos 15 anos, com a instalação de inúmeros frigoríficos. Isso se deve ao fato de apesar de altamente competitiva, para enfrentar esse mercado globalizado, a pecuária nacional ainda precisa incorporar grande parte da tecnologia disponível, já que ainda é essencialmente extrativista (0,8 UA/há; 50 kg carne/ha/ano; com potencial de 4 UA e 300 kg carne). Uma possível recuperação das pastagens tem grande potencial de seqüestrar carbono, tanto quanto a recuperação das florestas advindas da liberação de áreas com a maior produtividade. Pastagens com Brachiaria decumbens ocupam 80 milhões de ha no Brasil (40% total), com potencial de seqüestro de 6,1 a 12,8 t C.ha-1.ano-1, dependendo dos insumos aplicados. A quantidade de matéria orgânica pode chegar a 4%, ante 1,5% em lavouras convencionais, 2% em plantio direto e 3,5% de florestas. Em São Paulo, estima-se que as pastagens ocupem 9,2 milhões de hectares, sendo a maior parte formada por plantas do gênero Brachiaria, e que aproximadamente 50% desse total já se encontram em algum estádio de degradação, freqüentemente associado ao desmatamento e ao mau uso da terra. Melhorias na utilização da forragem produzida têm grande impacto na produtividade animal sem que haja necessidade da aplicação de maior quantidade de insumos ou equipamentos, revelando-se uma alternativa bastante atrativa para a intensificação do processo de produção de maneira equilibrada, sustentável e econômica.