26/11/2015
Feno é opção de alimento em períodos de escassez de forragens
Um
estudo apresentado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia mostra que o feno é uma boa opção
para a alimentação de animais em períodos de escassez de forragens.
O
pesquisador da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, Evaldo Ferrari Junior, que atua no Instituto de Zootecnia (IZ) explica
que a técnica da fenação é uma alternativa para aproveitar o excedente
produzido nos períodos de maior desenvolvimento, assim como utilizar áreas
específicas para a produção do feno.
Conforme
orienta o pesquisador, para evitar perdas na quantidade e na qualidade da
forragem, é necessário executar corretamente uma sequência de atividades do
processo de fenação como o corte, a desidratação, o enfardamento e o
armazenamento. “Embora muito se tenha evoluído no que diz respeito às técnicas
de produção de feno, em termos gerais, a qualidade ainda é baixa,
principalmente pelo fato do corte das forrageiras ocorrer em idade muito
avançada”, afirmou, ressaltando que cada espécie possui características
próprias que interferem no processo de fenação, com impacto direto na qualidade
do produto.
Assim,
observou o pesquisador, a avaliação do potencial forrageiro de gramíneas para
fenação deve levar em conta não somente a produção de matéria seca como também
outros fatores que podem afetar o valor nutritivo do feno, tais como a
desidratação rápida após o corte, porcentagem de folha e colmo, recuperação a
cortes frequentes, adubação de reposição e composição bromatológica. “A escolha
da idade de corte é muito importante, pois se a forragem for cortada no estado vegetativo,
obtém-se menor rendimento quando comparada ao corte em idades mais avançadas,
as quais apresentam maior produção aliada a um marcado decréscimo na qualidade”.
Para
a produção de um feno de elevado valor nutritivo, é necessário atentar-se para
a idade da forrageira no momento do corte, que deverá ser de 6 a 9 semanas, para
proporcionar um teor médio de 8 a 12% de proteína bruta e 55 a 60% de
digestibilidade, dependendo das circunstâncias de seu preparo.
A
importância da transferência de tecnologia como forma de aumentar a produtividade
e gerar renda ao produtor rural é defendida pelo secretário de Agricultura e
Abastecimento, Arnaldo Jardim, atendendo as diretrizes do governador Geraldo
Alckmin. “A cada pesquisa que a Secretaria, por meio dos seus Institutos, a
agricultura e pecuária paulista evolui, pois cada trabalho, colocando o Estado
de São Paulo na vanguarda do conhecimento e inovação”, disse.
Constituição química das forrageiras
Ainda
de acordo com o pesquisador do Instituto de Zootecnia, é importante levar em
consideração a constituição química das forrageiras, que está agrupada em duas
grandes frações: os componentes solúveis e os estruturais. “Os carboidratos
estruturais aumentam com a idade das plantas, diminuindo sua digestibilidade,
mas o valor absoluto deste incremento está relacionado à espécie forrageira,
tipo de manejo e fatores climáticos. Quando pensamos em feno de boa qualidade,
temos que levar em conta a proporção de folhas, que deve ser maior em relação
aos colmos”.
A fração
das folhas apresenta alta velocidade de secagem, atingindo, em algumas espécies
forrageiras, valores de cerca de 90% de matéria seca após um período de
desidratação a campo de 24 horas posteriores ao corte. “Já a fração colmo, que
contém mais água para equilibrar a umidade na planta, necessita de, pelo menos
30 a 40 horas de permanência no campo para atingir o ponto ideal para o feno”, define
Ferrari.
O
pesquisador recomenda que um bom feno deva apresentar cor verde brilhante,
indicativo de desidratação adequada a campo, com boa composição de caroteno ou
pró-vitamina. A boa palatabilidade, bem como ser livre de materiais estranhos,
tais como ervas daninhas, bolores ou mofo, e flexível ao tato, com maior
proporção de folhas e caules finos.
Veja todas as notícias