19/10/2017
IZ avalia a produtividade e viabilidade de sistemas ILP e de monocultivos
Para transpor os desafios atuais dos
sistemas de produção de proteína vegetal e animal e gerar dados promissores
para a sociedade, o Instituto de Zootecnia (IZ) da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, está desenvolvendo um amplo projeto de
pesquisa, para analisar a produtividade, impactos e viabilidade dos sistemas integrados
de lavoura pecuária (ILP) em relação aos sistemas de monocultivos.
O maior
benefício para os produtores rurais está na diversificação de produtos – grãos,
fibra, carne, leite, energia – na maximização do uso do solo e na qualidade
química, física e biológica do solo, no aumento da produtividade de alimento de
origem animal e vegetal, na diminuição do impacto ambiental e em ter um sistema
mais viável, economicamente.
O projeto, denominado “Impacto
ambiental, produtividade e viabilidade econômica de sistemas convencional ou
integrado de lavoura pecuária”, está sendo desenvolvido no Centro Avançado de
Pesquisa em Bovinos de Corte do IZ, unidade Sertãozinho (SP), sob a coordenação
da pesquisadora Dra. Flávia Fernanda Simili. O projeto é financiado
pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Segundo a pesquisadora, o estudo analisa
simultaneamente, os sistemas ILP e monocultivo de produção de milho grão e
recria de bovinos de corte da raça Caracu em pastagem de capim-marandu,
avaliando o desempenho animal e os efeitos na qualidade do solo, seu impacto
ambiental e a viabilidade econômica dos sistemas.
A ILP é uma importante estratégia, para
aumentar a produção agropecuária, otimizando o uso de áreas agricultáveis, além
de permitir o aproveitamento de tecnologias e promover melhorias das
características do solo. “O conceito primordial de produção integrada é a
utilização de resíduos de uma das culturas para que haja o incremento e
benefício da outra cultura e, consequentemente, favorecendo ambas”.
No experimento estão sendo avaliados
seis tratamentos: monocultivo de milho; monocultivo de capim-marandu; milho
integrado com capim-marandu, semeados simultaneamente; milho integrado com
capim-marandu, semeados simultaneamente com aplicação de nicosulfuron; milho
integrado com capim-marandu, semeado na adubação de cobertura do milho; milho
integrado com capim-marandu, semeado na linha e na entrelinha do milho,
simultaneamente, com aplicação de nicosulfuron, tendo como produto final o grão
para monocultivo de milho, o boi gordo para monocultivo de capim-marandu e para
todos os tratamentos integrados com milho e capim-marandu, o grão e o boi
gordo.
A área experimental utilizada é de 18
hectares, sendo três hectares por tratamento, com avaliação por dois anos. Resultados
parciais da pesquisa demonstraram que os tratamentos integrados não
influenciaram a produção de milho grão, com média em torno de 12 toneladas/ha.
E até o momento a pastagem de capim-marandu proveniente dos sistemas integrados
foi muito bem estabelecida, com média de 8 UA/ha no verão e 2 UA/ha no inverno.
Para o Secretário da Agricultura,
Arnaldo Jardim, o projeto vem fortalecer e incentivar o conceito da integração
lavoura pecuária e seus benefícios ambientais, produtivos e econômicos. “Essa
realidade aproxima a ciência da realidade dos produtores rurais do estado de
São Paulo, conforme enfatiza o governador Geraldo Alckmin sobre
sustentabilidade ambiental”, destacou.
Para a condução da pesquisa, o
projeto conta com a participação de quatro alunos de mestrado e um bolsista
Fapesp: Gabriela
Mendonça, mestranda da FMVZ/USP; Jeferson Garcia e Pedro Bonacim, mestrandos da PG-IZ; Leonardo
Menegatto, bolsista Fapesp (TT3); e Nayane Maia, mestranda da FCAV/UNESP.
Diferencial
A pesquisadora destacou que a grande
importância e diferencial do projeto estão em relação a outros projetos de
Integração Lavoura Pecuária, “pois está sendo simulado o que realmente acontece
em uma propriedade rural, em caso do produtor optar por aderir à tecnologia de
ILP”.
Além disso, Flavia disse que grande
parte dos resultados, encontrados nas literaturas, é conduzida em pequenas
parcelas experimentais, demostrando resultados apenas da produção vegetal, sem
a presença de bovinos.
Existe
ainda uma deficiência em relação à demonstração de resultados comparada ao
desempenho animal e ao desempenho vegetal. “Muitas vezes, a falta de
disponibilidade de ruminantes de grande porte, especialmente bovinos de corte e
leite, é um entrave para o avanço das pesquisas em sistemas integrados”, enfatizou a pesquisadora.
Desafios
De acordo
com a pesquisadora, para migrar de sistemas de monocultura e especializados
para sistemas integrados, exige mão de obra capacitada, domínio de novas
tecnologias e investimentos em infraestrutura, bem como capacidade gerencial e
conhecimento de novos tipos de mercado, “Portanto, para convencer o produtor
rural é preciso de resultados econômicos confiáveis, que mostre ao produtor que
ele terá retorno e que o risco do investimento inicial será compensado em um
futuro próximo”.
"O projeto será finalizado em março de 2018 e
assim teremos a oportunidade de divulgar qual será o melhor sistema de produção
que irá proporcionar maiores benefícios aos produtores, de acordo com o que vem
sendo estudado neste projeto", completou Simili.
Flávia
conclui que os sistemas integrados permite uma vasta combinação de tipos de
produtos que serão gerados, como por exemplo: soja, milho, sorgo, aveia,
silagem, feno, carne, leite, e a combinação do tipo de Integração que será
escolhido pelo produtor depende de diversos fatores, não só climáticos, mas
econômicos, sociais e ambientais. Ela ressalta que “cada caso é um caso” e para se ter sucesso é preciso saber
gerenciar todas essas variáveis.
Lisley
Silvério (MTb 26.194)
Assessora de Imprensa
Instituto de Zootecnia
Secretaria de Agricultura e Abastecimento SP
Fone: (19) 3476-9841
E-mail: lisley@iz.sp.gov.br
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