12/03/2018
IZ inaugura dois laboratórios em Sertãozinho, interior paulista
Obras tiveram investimento de R$ 1 milhão do Programa de Aceleração do Crescimento e do Tesouro do Estado.
O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, inaugurou dois novos laboratórios, em seu
Centro Avançado de Pesquisa em Bovinos de Corte, localizado em Sertãozinho,
interior paulista. Trata-se do Laboratório de Reprodução e Saúde Animal e do
Laboratório de Genômica Animal, além da reforma do Centro de Transferência de
Tecnologia. O investimento nos espaços foi de R$ 1 milhão, aproximadamente, com
recursos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2010) e Tesouro do
Estado. As obras foram entregues em 10 de março de 2018, durante a realização
do evento Pecuária de Sucesso, que reuniu 250 pessoas.
Segundo a pesquisadora e diretora do Centro Avançado de Pesquisa em Bovinos de
Corte, Joslaine Noely dos S. Gonçalves Cyrillo, o objetivo é ampliar as
pesquisas do IZ em reprodução animal, qualidade de sêmen e produção de embriões
e iniciar os trabalhos na área de genômica pelo Instituto. “No Laboratório de
Reprodução e Saúde Animal temos um tronco para que os animais entrem e as
coletas de embriões sejam feitas. O espaço recebeu equipamentos de última
geração que auxiliarão nos trabalhos científicos realizados pelo IZ”, explicou.
O Laboratório de Genômica permitirá
que o IZ inicie uma nova linha de trabalho, por ter a capacidade de extração e
acondicionamento de amostras de DNA dos animais. “A avaliação genômica será um
complemento a avaliação genética que o Instituto de Zootecnia realiza há décadas”,
afirmou.
Atualmente, o IZ realiza a avalição
genética por meio das Diferenças Esperadas nas Progênies (DEP), que com um
modelo matemático, consegue conhecer as variações dos rebanhos e chegar ao
valor genético de determinado animal. “A avaliação genômica será um complemento
a essa informação que já existe. Vamos fazer uma avaliação mais profunda para
encontrar regiões nos genomas que são correspondentes a características de
interesse econômico para a pecuária”, explicou Joslaine.
O Centro de Transferência e Tecnologia
do IZ também passou por melhorias com a reforma das sete salas dos
pesquisadores e de uma para vídeo conferência, além do anfiteatro com
capacidade para 200 pessoas. O recurso de R$ 1 milhão, aproximadamente, foi
disponibilizado via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2010) e Tesouro
do Estado. “O edital exclusivo para os Institutos de Pesquisa da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que o IZ foi contemplado,
prevê também a compra de equipamentos para esses laboratórios, além da vinda de
novos pesquisadores”, afirma Joslaine.
Para o secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, as inaugurações marcam o
início de um novo período do Centro Avançado de Bovinos de Corte do IZ. “Desta
fazenda saíram as principais linhagens de desenvolvimento da raça Nelore,
Guzerá e Gir, um espaço que prestou os mais altos e relevantes serviços para a
pecuária brasileira. Infelizmente, vivemos um período em que esta fazenda ficou
um pouco de lado. Essas reformas inauguram uma nova fase deste centro de
excelência, retomando sua vitalidade para continuar a exercer um papel muito
relevante para a pecuária de corte do Brasil, que é o maior exportador de
proteína animal do mundo”, disse.
A diretora-geral do IZ, Renata Branco
Arnandes, afirmou que o Instituto de Zootecnia vive de fato uma nova etapa,
mais próxima ao setor de produção. “Estamos trabalhando para o pecuarista e
para a pecuária nacional. Nossa meta é fazer do IZ o maior centro de excelência
em pesquisas com pecuária de corte do Brasil”, afirmou.
Orlando Melo de Castro, coordenador da
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) explicou que esta
aproximação com o setor de produção foi possível graças às novas legislações
estaduais e federais que permitiram o estabelecimento dos chamados Núcleos de
Inovação Tecnológica (NIT), no âmbito da Agência, para a gestão da propriedade
intelectual. “Hoje, o orçamento da APTA é composto de 23,4% de recursos
privados, valor que tem crescido a cada ano. Nossa meta é chegar ao final de
2018 com 25% de participação privada em nosso orçamento. Com essa aproximação,
ganha as instituições de pesquisa, nossos pesquisadores, as empresas e toda a
sociedade”, explicou.
O superintendente do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) também participou da solenidade e
anunciou a realização pelo Ministério do Plano da Pecuária, que visa avaliar a
nortear as ações do País para a pecuária nos próximos 30 anos. “O IZ tem muito
a contribuir nestas discussões. São Paulo está na vanguarda da pesquisa e seus
institutos contribuíram e contribuem para o sucesso do agronegócio do Brasil”,
afirmou.
O evento também contou com a presença do prefeito de Sertãozinho, José Alberto
Gimenez e o vice-prefeito Nilton César Teixeira, o prefeito de Pontal, André
Carneiro e o prefeito de Pitangueiras, Marco Soriano.
Homenagem
Durante a cerimônia, Arnaldo Jardim foi homenageado por suas contribuições a
frente da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“Sem dúvida, o senhor foi um dos secretários que mais fez pela pesquisa
agropecuária paulista”, disse Renata.
Pecuária de Sucesso
Especialistas, iniciativa privada e instituições de pesquisa e ensino
apresentaram no Workshop Pecuária de Sucesso as oportunidades e desafios no
desenvolvimento da pecuária brasileira para 2018, focando a sustentabilidade e
eficiência na produção. Também foi enfatizada a preocupação com os recursos
humanos das fazendas, o investimento e reconhecimento de profissionais, que são
responsáveis pela produção pecuária de alta qualidade.
A diretora geral do IZ, Renata Branco Arnandes, abriu o evento enfatizando os
112 anos do IZ em prol da pecuária sustentável, e o workshop ocorrendo para
fortalecer o marco da aproximação com os produtores, assim como ocorreu no
evento Agropolo – Bioeconomia da Pecuária de Baixo Carbono, no ano passado. “O
grande foco está em poder discutir e identificar os gargalos da cadeia pecuária
brasileira, enviando, à Agência de Fomento do Estado de São Paulo – Fapesp –,
as demandas de pesquisas, que proporcionarão a pecuária chegar em 2050 com sustentabilidade
e eficiência”, disse.
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O workshop contou com a palestra de Mauricio Palma Nogueira, da Agroconsult,
Sarah Figueiredo Martins Bonilha, pesquisadora do IZ, Wiliam Marchió, da
Associação Rede ILPF, Flavio Dutra de Resende, pesquisador da APTA Regional e Sebastião
Garcia Neto, da Senepol 3G.
A primeira palestra “Trajetória e
Tendências para a Pecuária Brasileira”, ministrada por Mauricio Palma Nogueira,
da Agroconsult, destacou a oportunidade de poder difundir o tema com produtores.
Falou do histórico e das tendências da pecuária, destacando, para 2018, um
preço de mercado otimista. “A previsão é de um aumento de consumo de três a
quatro quilos, a mais, per capita, com expectativa de aumento de produção de
até 10%, além da abertura do mercado de exportação."
Segundo Maurício, quanto mais carne for vendida, mais sustentável ficará nossa
pecuária, além disso, ocorrerá a difusão correta da informação sobre produção,
bem-estar e sustentabilidade, que agregam valor econômico, ambiental e social à
pecuária. “A sociedade precisa saber disso, pois o risco de sustentabilidade é
social e não ambiental, como se imaginava até pouco tempo atrás, e a tendência
é aumentar com a desinformação”, enfatizou Maurício.
Na palestra “Utilização de touros melhoradores e o impacto na eficiência de
produção” a pesquisadora do IZ, Sarah Figueiredo Martins Bonilha, destacou que
temos espaço para crescer em termos de peso de carcaça e produção de touros
provados para incremento de carcaça. “Faltam cerca de 150 mil touros Nelores, geneticamente
provados, por ano no Brasil.”
Com o melhoramento genético, os animais consomem menos alimentos, ocasionando
menor impacto ambiental, tornando-se mais sustentáveis. “Após 35 anos de
seleção animal para peso, o IZ já avaliou 1301 animais Nelores, selecionando animais
mais eficientes no consumo alimentar e em bons ganhadores de peso”, ressaltou
Sarah.
Estudos do IZ, com Nelores selecionados para peso do grupo Controle e o Seleção,
revelaram excelência na eficiência alimentar. “O peso final na PGP (Prova de
Ganho de Peso) foi de 313Kg para o Seleção e 257Kg para o Controle, uma
diferença de 56 quilos”, destacou Sarah.
Com o melhoramento genético há um impacto na eficiência de produção como carcaças mais pesadas resultam em maior
quantidade de carne, animais selecionados para crescimento atingem o peso de
abate em menos tempo, as exigências de mantença são diluídas em animais mais
pesados e Animais que consomem menos alimentos para um bom desempenho
são mais e econômicos e sustentáveis.
Sarah ressaltou que a seleção criteriosa e persistente de bovinos de corte é o
caminho para a pecuária de sucesso, além de ser possível obter ganho genético
constante utilizando touros superiores. “Esse ganho genético provoca mudanças
desejáveis na quantidade do produto final, como peso da carcaça e peso do
traseiro, e na qualidade da carne, pelo abate de animais mais jovens”,
finalizou.
William Marchió, diretor da Rede ILPF, que abordou o tema Profissionalizando a
Pecuária com a ILPF, destacou que o produtor sempre tem que buscar ganhar
dinheiro, pois “o produtor no ‘vermelho’ nunca vai cuidar do verde. E que se o
produtor ganhar dinheiro, terá condições de distribuir riquezas, além de conseguir
implementar outras áreas de sua atividade. Ele também enfatizou que workshops
como do IZ “são de extrema importância para que o produtor possa nos ouvir mais
e saber que caminho seguir”.
“Com o sistema ILPF o produtor terá maior rentabilidade e o próprio Sistema tem
apelos de sustentabilidade – econômica, social, ambiental –, cumprindo com o
dever social, fazendo com que o produtor consiga ter longevidade na atividade
produtiva de sua fazenda”, ressaltou William.
O palestrante Flavio Dutra de Resende, da APTA Regional, que falou sobre as Estratégias
nutricionais na recria e terminação de bovinos de corte a pasto ressaltou que a
suplementação é uma obrigação e não uma opção. “O produtor tem que saber quanto
de suplemento deverá utilizar no período da seca, pois quanto mais ração, mais
peso o animal ganhará”.
“O criador também tem que saber que o melhor horário para o animal pastejar é
no horário da manhã e o cocho deverá ser oferecido em outro horário, para não desperdiçar
a pastagem, pois o investimento será o mesmo, assim, o máximo de desempenho tem
que vir do capim”, destacou Flávio.
Flávio também enfatizou que a gestão de pessoas é fundamental para que a alimentação
dos animais seja melhor administrada pelos funcionários.
Já Sebastião Garcia Neto, proprietário da Senepol 3G, falou sobre o Senepol no
Brasil. Suas vantagens e resultados. A raça tem resultados muito promissores.
Ele destacou os testes de desempenho, cruzamento industrial, as vantagens da
produção do Senepol quanto ao índice de prenhes, maior precocidade, menor custo
de manutenção, maior rentabilidade, produção padronizada, desmana mais pesada. “A
monta natural do Senepol chega a alcançar cerca de 80% de prenhes”, afirmou
Garcia Neto.
“Fiquei sabendo do evento pelas redes sociais e conhecendo o nível dos
palestrantes, achei importante nossa participação. Gostei muito da palestra da
Sarah, pesquisadora do IZ, que mostrou a importância da genética e os ganhos em
quilos que ela proporciona, um assunto pouco discutido nos eventos de pecuária”,
afirmou Marina Dal Coleto, diretora do programa @+Lucrativa da Minerva Foods.
O Workshop recebeu o apoio da Sociedade Rural Brasileira, GPB e Intercorte/
Terraviva Eventos e o patrocínio da Senepol 3G, representados pelos parceiros
Neto Garcia e Vilma Garcia. O evento foi finalizado com almoço de
confraternização, com o churrasco oferecido pela Senepol 3G.
Por
Fernanda
Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
(19) 2137-8933
Lisley
Silvério
Assessoria de Imprensa – IZ
(19) 3476-0841
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