O pilar
resiliência em sistema de produção de leite está fundamentado na capacidade de
utilização de mecanismos de adaptação próprio frente às mudanças climáticas e
adventos extremos, através do uso eficiente dos recursos naturais, diversidade
genética e manejo.
O pilar
qualidade está relacionado à identificação de alterações desejáveis,
provenientes de mudanças genéticas e ou nutricionais na composição do leite, de
maneira que o produto se torne cada vez mais adequado às condições econômicas,
sociais e ambientais, vigentes e futuras. Outro fator importante neste pilar é
a segurança alimentar para os consumidores e animais, estudada pela presença de
bactérias patogênicas na glândula mamária dos animais e suas resistências a
antibióticos, presença de resíduos de antibióticos no leite e, por fim, a
presença de toxinas na alimentação dos animais e presentes no leite.
O pilar
ambiência e bem-estar, que engloba a ética na produção animal, levando em
consideração o animal, o homem e a relação entre eles, busca subsídios para
compreensão da espécie e da sua relação com o ambiente.
A base física de sustentação do Programa é os
sistemas integrados, seja lavoura pecuária, lavoura pecuária floresta e
silvipastoril, estabelecidos na Unidade do IZ em Nova Odessa, onde são
inseridas todas as ações de pesquisa relacionadas ao rebanho leiteiro, nas
áreas de Nutrição e Pastagens, Comportamento e Ambiência, Melhoramento
Genético, Sanidade e Qualidade do leite.
A principal linha de pesquisa em nutrição e
pastagens é a avaliação da produção de leite em sistemas integrados. Já na área
de comportamento animal e ambiência o foco é a criação de bezerras leiteira.
“No melhoramento genético animal o objetivo é a
seleção e formação do rebanho com todas as fêmeas para os alelos da beta
caseína, buscando formar um rebanho com todas as matrizes homozigotas para o
alelo A2 da beta caseína. Alcançando um produto final que não causa problemas
de saúde, com melhor digestão”, destaca o pesquisador do IZ, Anibal Eugênio
Vercesi Filho.
As raças zebuínas, além de agregar
características já conhecidas – como rusticidade, adaptabilidade e resistência
parasitária –, apresentam mais essa grande vantagem, pois os zebuínos produzem,
predominantemente, leite A2.

De acordo com o pesquisador, o cruzamento de
raças leiteiras européias com a raça Gir Leiteiro pode ser utilizado como
recurso genético mais apropriado para produção de leite apenas com a proteína
beta caseína A2, “que, segundo dados científicos, agrega valor ao leite bovino
e ao consumidor, por não estar associado a uma série de problemas de saúde
humana”.
IZ destaca o projeto de seleção das raças
Holandesa, Jersey e Girolanda para produção de leite A2
O IZ
intensifica a pesquisa para formar rebanho com genes da beta caseína A2, que
produzirá leite com melhor qualidade e propriedades nutracêuticas (A2),
proporcionada pelo melhoramento genético, agregando valor ao produto,
contribuindo para a melhor remuneração do produtor.
O IZ tem
realizado a seleção por meio da genotipagem dos animais para os alelos da beta
caseína A (A1 e A2), visando selecionar matrizes que produzam leite contendo a
beta caseína A2, proteína altamente relacionada a benefícios decorrentes do
consumo de leite à saúde humana, associada à manutenção dos níveis adequados de
colesterol, manutenção de níveis glicêmicos e diminuição da incidência de
alergia. “Vale ressaltar que há várias proteínas no leite, potencialmente
alergênicas, mas dentre os diversos problemas para saúde humana, provocados
pela proteína A1, a alergia não é o principal deles. E essa proteína também não
está relacionada com intolerância à lactose”, enfatiza segundo o médico
veterinário, pesquisador Anibal Eugênio Vercesi Filho.
Um dos
principais objetivos, segundo Anibal, é compor um rebanho que produza apenas
leite com a beta caseína A2. As matrizes do rebanho tiveram o material genético
coletado e este material vem sendo analisado pelo Laboratório de Genética
Molecular do Instituto de Zootecnia. “Assim, em médio prazo, o IZ poderá
fornecer leite contendo apenas a beta caseína A2, além de matrizes e
reprodutores que passaram para seus descendentes essa mesma característica”,
destaca.
Conforme
explica o pesquisador, o teste genético para Caseína A2 é semelhante ao teste de
paternidade, coleta material biológico da vaca, extrai o DNA e através da
genética molecular identifica a composição genética. No rebanho do IZ, estão
utilizando vacas A2/A2 para produção de embriões e para aumentar rapidamente a
frequência do A2.
O Centro de
Pesquisa iniciou o projeto de melhoramento genético do rebanho da raça
Holandesa, com 150 vacas, com objetivo de ter somente animais que produzam
leite com a beta caseína A2, e que passarão para seus descendentes essa mesma e
importante característica. Desse projeto, já nasceram cerca de 30 bezerros. “Em
cinco anos, o IZ poderá ofertar tourinhos e leite A2, através da composição do
rebanho para atender à demanda”, esclareceu Anibal.
Os
pesquisadores, do Centro de Pesquisa de Bovinos de Leite do IZ, estão
empenhados no andamento do projeto do Leite A2, pois ao ter um leite que esteja
relacionado à saúde humana, irá agregar valor ao produto e aumentar a
rentabilidade da atividade. Anibal ainda enfatizou que não há uma legislação
para o leite A2 – diferencial que deverá ser melhor aproveitado –, pois hoje o
leite com proteína A2 é misturado aos demais, anulando sua vantagem. “Ao ponto
que houver maior interesse pelo produto, com certeza a cadeia produtiva se
organizará e os próprios agentes econômicos – produtores, cooperativas de
laticínios e indústrias – exigirão legislações e mecanismos que agreguem valor
a um leite diferenciado.”
A meta do
projeto é melhorar esse rebanho para três características econômicas – a
produção de proteína, a contagem de células somáticas, que indica a sanidade de
úbere e, consequentemente, saúde para as vacas com leite saudável e a vida útil
da vaca, para que fique mais tempo em produção no rebanho.
Os
trabalhos do IZ iniciaram-se com a genotipagem da raça Gir Leiteiro. No projeto
foram genotipadas 385 matrizes da raça Gir Leiteiro, raça zebuína mais
utilizada para produção de leite no Brasil, principalmente, para a produção de
animais mestiços.
A raça Gir
Leiteiro, além de agregar características já conhecidas – como rusticidade,
adaptabilidade e resistência aos endo e ecto parasitas –, apresentam mais essa
grande vantagem. Na raça também predomina o leite A2 e há uma elevada
frequência do gene que codifica a beta caseína A2, não sendo afetada pela
mutação genética do Alelo A1.
Em países
como Austrália e Nova Zelândia, a comercialização de leite A2 não é uma
novidade. No Brasil, a oferta desse produto ao mercado deve ser realidade em
breve, estima o pesquisador do IZ.
Francisco Jardim, Secretário da Agricultura,
destaca que “o nível tecnológico das pesquisas do IZ são de grande relevância
para que a cadeia do leite produza com competitividade, visando à qualidade e
segurança alimentar, conforme é enfatizado nos programas de produção de
alimentos de origem animal do governo de São Paulo”.
Lisley Silvério (MTb. 26.194)
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