Produção de leite de excelente qualidade e alto valor agregado é fruto do desenvolvimento científico e tecnológico, do trabalho de extensão rural e de transferência de tecnologia da Pasta
Em
1° de junho é comemorado o Dia Mundial do Leite,
produto de alto valor nutricional que está presente no dia a dia da população,
seja na sua versão pura ou nos seus derivados como queijos, iogurte e manteiga.
Em São Paulo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento busca a produção de
leite de excelente qualidade e alto valor agregado por meio do desenvolvimento
científico e tecnológico, do trabalho de extensão rural e de transferência de
tecnologia e conhecimento em gestão e qualidade. Neste Dia Mundial do Leite, o
secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, participou nas
redes sociais do “Desafio do Leite”, lançado pela Associação Brasileira dos Produtores
de Leite (Abraleite) com o objetivo de valorizar o setor em meio a pandemia de
Covid-19 e fomentar o consumo.
De acordo com dados da Pasta, o Estado de São Paulo possui
324 laticínios, sendo que 180 deles (56%) com fiscalização do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(SISP), vinculado a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), e 144 (44%) fiscalizados
pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). O Estado possui cerca de 30 mil
unidades especializadas na produção leiteira, com plantel de 975 mil cabeças.
Sua produção é de 1,64 bilhão de litros por ano, o equivalente a 4,8% do total
produzido no País. Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) mostram
que o valor bruto da produção do leite é de R$ 2,19 bilhões por ano sendo São Paulo
o sexto maior produtor de leite no Brasil.

Além do incremento da produção no Estado, a Secretaria de
Agricultura busca melhorar a qualidade do produto paulista e, com isso,
aumentar a renda do produtor. Uma das ações é a produção do leite A2A2, um produto
considerado de mais fácil digestão por não possuir a beta-caseína A1, que pode
causar mal-estar em uma parcela da população. São Paulo foi o primeiro Estado
brasileiro a produzir o leite A2A2 em larga escala, com a empresa Agrindus.
“Fomos também o primeiro Estado do Brasil a publicar um
artigo científico relacionado ao leite A2A2, produzido pelo Instituto de
Zootecnia, em 2013. Hoje, o IZ trabalha em seu Laboratório de Biotecnologia
para identificar animais que somente possuem o alelo A2A2 e que produzirão
leite dessa qualidade. Também fazemos análise para saber se o leite puro ou
seus produtos, como queijos, iogurtes e manteiga somente possuem as proteínas
A2A2, uma garantia para a indústria e para o consumidor final”, afirma Anibal
Vercesi, pesquisador do IZ.
O Instituto também tem trabalhado para identificar a proteína
A2A2 no leite de búfala, cabras e ovelha, além de selecionar os animais que
produzem apenas esse tipo do produto. “Várias empresas de São Paulo e de outros
Estados procuram o IZ para a realização de análises laboratoriais. Os
produtores paulistas e de outras regiões do Brasil têm se organizado para
produzir o leite A2A2, devido a sua demanda crescente”, explica o pesquisador.
Mais qualidade
Laboratórios
do IZ também contribuem para o monitoramento e desenvolvem pesquisas em mais de
110 propriedades de leite bovino e bubalino de cinco regiões paulistas para
orientar a produção, nutrição, ordenha, bem estar, manejo, economia e produção
orgânica para que o produtor tenha informações seguras para a tomada de decisão
para sua atividade.

Além de Laboratório da Qualidade do Leite localizado em
Nova Odessa, interior paulista, o Instituto possui um laboratório itinerante
para expandir a abrangência das pesquisas em mais regiões do Estado e auxiliar
na divulgação de resultados de pesquisas e novas tecnologias desenvolvidas. “Todas
técnicas e tecnologias estudadas, desenvolvidas e aprimoradas são transferidas
para os produtores e técnicos da área através de treinamento, estágios,
palestras e cursos”, afirma Luiz Carlos Roma Júnior, pesquisador do IZ.
O
Centro de Pesquisa de Bovinos Leiteiros do Instituto de Zootecnia trabalha
diretamente com as demandas dos produtores em termos de produção e qualidade.
Um trabalho relevante na área de qualidade do leite é o projeto “Suplementação
com fitoterápico na fermentação ruminal, resposta imunológica, produção e
qualidade do leite”, que visa avaliar o efeito da inclusão de fitoterápicos na
dieta de vacas em lactação sobre a fermentação ruminal, resposta imunológica,
produção e qualidade do leite.
Segundo
o pesquisador do IZ, Luiz Carlos Roma Júnior, com o projeto espera-se o
desenvolvimento de um método alternativo de análise que reduza a contagem de
células somáticas sem uso de antibiótico por meio da utilização de
fitoterápicos na dieta de vacas em lactação. “Isso auxilia os produtores
leiteiros no controle da mastite e melhoria da qualidade para a agricultura
familiar e até para o grande produtor – da produção orgânica até a
convencional”, afirma Júnior.
Mais leite, mais renda
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo busca também levar ao produtor rural, por meio do trabalho de extensão da
Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), conhecimento para
que o produtor tenha mais produtividade e qualidade. A Pasta desenvolve o Plano
Mais Leite, Mais Renda, criado com o objetivo
de coordenar a cadeia produtiva do leite, aumentando a produtividade e a
qualidade da produção para 2 bilhões de litros por ano nos próximos dez anos.
A iniciativa visa atender às demandas de um rebanho de cerca de um milhão de
cabeças que já é voltado exclusivamente à pecuária de leite; e de 4,5 milhões
de gado misto, destinado tanto à produção de leite quanto ao abate, sendo que
este último está localizado principalmente em pequenas propriedades de
produtores familiares.
A
CDRS realiza treinamentos em qualidade do leite e controle de mastite em
parceria com a Unesp Botucatu e a Esalq e as boas práticas de produção
agropecuária com a Unesp de Araçatuba. Em conjunto com o Instituto de
Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA) desenvolve projeto no melhor aproveitamento
do soro do leite. Foram desenvolvidas 74 capacitações, com público de duas mil
pessoas, aproximadamente, em todo o Estado para a divulgação do Plano, além de
parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para
divulgação de novas Instruções Normativas que regulamentam a qualidade do
produto.
Leite
é saúde
O
leite e seus derivados possuem grande valor nutricional, são fontes de
proteínas de alto valor biológico, ou seja, que contém todos os aminoácidos
essenciais em quantidades e proporções ideais para o nosso organismo, segundo a
pesquisadora do IZ, Márcia Saladini Vieira Salles.
Segundo
a pesquisadora, a lactose é o açúcar presente no leite e seus derivados. Ela
favorece a absorção de cálcio e fósforo pelo organismo, ajuda na mielinização
dos neurônios, ou seja, no revestimento das células do tecido nervoso, e é
fonte de energia para as crianças. “A gordura do leite também é importante para
nossa nutrição e saúde. Além de ter ALC (ácido linoleico conjugado), possui
ácido vacênico, que é precursor de ALC no nosso organismo, que está associado a
redução da gordura corporal e proteção contra o câncer”, afirma.
O
leite contém todas as principais vitaminas (A, D, E, K e do complexo B),
importantes para a visão, crescimento, desenvolvimento e manutenção dos ossos e
do tecido epitelial, processos imunológicos, de reprodução, antioxidantes e
auxiliam na saúde da pele. “Além de todos os minerais biologicamente
importantes para a nossa nutrição, é considerado excelente fonte de cálcio para
prevenção de osteoporose em adultos e auxílio no crescimento ósseo e dentário
em crianças e adolescentes”, explica a pesquisadora.
Por Fernanda Domiciano
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