15/10/2020
Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP faz diagnóstico inédito das pesquisas desenvolvidas em seus Institutos
Levantamento
mostrou alto desempenho na atuação com os principais produtos do agro estadual;
Discussões serviram de base para nova organização da programação científica da
Pasta
As
pesquisas científicas Institutos ligados à Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo possuem alto desempenho junto às cadeias
de produção da cana-de-açúcar, citros, bovinocultura, grãos, aquicultura,
olericultura e plantas aromáticas e medicinais, além de abelha e mel. É o que
mostra a publicação inédita Planeja PD&I: Pesquisa, Desenvolvimento e
Inovação nos Institutos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo, que traz um diagnóstico das atividades de pesquisa,
desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia nos seis Institutos e
11 Polos Regionais que formam a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(APTA). Clique aqui para acessar a publicação
completa.
O
objetivo da publicação foi realizar um diagnóstico e a construção de planos de
ação visando o planejamento, gestão e a governança das atividades de PD&I
da Secretaria nas principais cadeias de produção do agronegócio paulista e
brasileiro. As discussões para o desenvolvimento do diagnóstico estão sendo
realizadas há um ano e meio por pesquisadores e lideranças do Instituto
Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola
(IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL),
Instituto de Zootecnia (IZ) e APTA Regional, com seus 11 Polos de pesquisa.
Ao
todo, 18 cadeias de produção do agro foram avaliadas, em 18 eventos realizados
em 2019, que reuniram público de 952 pessoas, sendo 78,3% delas oriundas dos
Institutos da APTA e 21,7% de outras unidades da Secretarias e instituições
externas. Para o diagnóstico foram consideradas 29 variáveis e 12 indicadores
de PD&I. Os dados coletados correspondem ao período de 2015 a 2018, tendo
sido contabilizadas as produções de 75 grupos de pesquisa distribuídos nos seis
Institutos e na APTA Regional.
Segundo
o diretor do IAC, Marcos Antônio Machado, que liderou a realização das
discussões e elaboração da publicação, é urgente identificar oportunidades de
inserção das instituições de pesquisa no setor do agro e desenvolver mecanismos
que permitam o planejamento, gestão e governança das atividades de pesquisa, em
prol do desenvolvimento do agro paulista, incorporando elementos como
integração institucional, metas e avaliação de efetividade e impacto dos
estudos científicos.
“É
cada vez mais evidente a importância da ciência e da tecnologia para o
desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro. Se ele adquiriu o atual
status, tornando o Brasil um dos principais fornecedores de alimentos para o
mundo, tem sido graças à incorporação crescente dos resultados da pesquisa
científica e tecnológica em todas as suas cadeias de produção. Esse é um
processo dinâmico, cujos desafios crescem à medida que aumenta a demanda por
alimentos e a imperiosa necessidade de sustentabilidade nas atividades do agro”,
afirma Machado.
De
acordo com o diretor do IAC, as instituições públicas de ciência e tecnologia
do agronegócio nascidas desde a época do império, como é o caso do IAC, existem
até hoje porque cumpriram a contento suas missões. “No entanto, as
transformações atuais também têm impactado essas instituições, exigindo
profundas transformações dos modelos de geração de conhecimento e transferência
de tecnologia praticados até então. Não basta gerar conhecimentos, soluções e
tecnologias promissoras se não forem efetivamente transferidas”, explica.
Para
o coordenador da APTA, Antonio Batista Filho, as atividades de pesquisa,
desenvolvimento e inovação dos Institutos que compõem a Agência estão focadas
nas cadeias de produção do agronegócio e em áreas temáticas, que ofertam
soluções, tecnologias e serviços complementares. “Os trabalhos realizados
envolveram pesquisadores e demais atores das cadeias produtivas e áreas
temáticas, buscando consolidar resultados, panoramas, diagnósticos e prospecção
de áreas para atuação. A partir desse trabalho também conseguimos integrar mais
as equipes de pesquisadores, um ponto chave para a gestão dos Institutos”,
afirma.
Nova
organização da pesquisa da APTA
As discussões que levaram ao diagnóstico das pesquisas
desenvolvidas pela APTA foram fundamentais para que fosse pensada uma nova
programação de pesquisa no âmbito da Agência.
Ao todo, foram definidas três áreas
estratégicas para atuação: inovação e tecnologias emergentes; sustentabilidade
e segurança alimentar. “Nessas três áreas, temos 13 programas com temas
agregadores, que integram as pessoas. Esses temas são abrangentes para que
todos se vejam nessa organização, que está alinhada às diretrizes da
Secretaria, com vários pontos convergentes ao Cidadania no Campo”, explica
Machado, referindo-se ao projeto que norteia as ações da Secretaria de
Agricultura.
Essa nova organização
de trabalho já está em funcionamento, mas o processo total de implementação das
ações deve ocorrer em até um ano. “É ilusório pensar que vamos resolver os problemas
sozinhos, precisamos trabalhar em rede e transferir nossos resultados para os
usuários das tecnologias”, diz Machado.
A integração definida
na nova programação não deve ocorrer apenas entre os pesquisadores e seus
Institutos e unidades regionais, mas também em outras coordenadorias da
Secretaria, como a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS),
Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e Coordenadoria de Desenvolvimento
dos Agronegócios (Codeagro).
Institutos
têm alto desempenho nas principais cadeias do agro paulista
O
levantamento mostrou o alto desempenho dos Institutos de Pesquisa da APTA nas
principais cadeias do agro paulista. De acordo com a metodologia da publicação,
por alto desempenho entende-se a demonstração de maior capacidade de
contribuição para a cadeia em pesquisa, desenvolvimento, inovação e
transferência de tecnologia.
A cana-de-açúcar, por exemplo, é o
principal produto do agronegócio estadual, segundo o IEA, com valor de produção
de R$ 30,3 bilhões em 2019. Nesta
cadeia, as pesquisas conduzidas pelo IAC, IB, IEA e APTA Regional tiveram alto
desempenho.
O
VPA da carne bovina em São Paulo foi de R$ 10 bilhões em 2019, ficando na
segunda colocação no ranking estadual. A cadeia de bovinocultura também teve
destaque na produção científica da APTA, alcançando alto desempenho na APTA
Regional, IB, ITAL e IZ.
Destaque
também para a cadeia dos citros, com alto score de atuação no IAC e IB. A
laranja para a mesa, por exemplo, tem o terceiro maior VPA estadual, com valor
de R$ 5,3 bilhões.
Há
destaque também para as cadeias de aquicultura e pesca, em que o IP teve alto
desempenho, além de olerícolas e plantas aromáticas e medicinais no IEA e ITAL.
Outros
pontos fortes identificados foi a atuação na cadeia do mel e abelha pela APTA
Regional, na da seringueira pelo IAC e APTA Regional, feijão, milho e soja no
IAC, além de leite no IB, ITAL e IZ.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
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