30/03/2016
Qualidade de carne e cortes de cordeiro de raças nacionais é desenvolvida pelo IZ
A carne de cordeiro
vem conquistando o paladar do consumidor brasileiro, por se tratar de um
alimento considerado por muitos mais saudável, em função da baixa percentagem
de gordura, além de ser macia. Diante dessa realidade, a Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de
Zootecnia, está desenvolvendo pesquisas para elevar a qualidade da carne de
cordeiro de raças nacionais.
De acordo com o
secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, a ovinocultura é uma
oportunidade para o produtor explorar novas criações, uma vez quem o Brasil
importa muita carne de cordeiro para atender a demanda do mercado, e despontar
como potencial de exportação. “Queremos intensificar o trabalho de pesquisa, assim
como ampliar os debates em nossa Câmara Setorial, que reúne os principais
interessados da cadeia para debater políticas públicas para o fomento do setor.
É uma determinação do governador Geraldo Alckmin que a Secretaria de
Agricultura crie alternativas para criar um novo cenário de exportador”,
afirmou.
O IZ tem trabalhado
com a proporção e pesos de cortes das carcaças de cordeiros de raças nacionais,
como Santa Inês e Morada Nova, que são utilizadas como linhagem materna, devido
à sua maior rusticidade no clima tropical brasileiro, com menor incidência de
verminose, o grande problema da ovinocultura tropical. “A linhagem paterna, que
são os carneiros, pode ser de raças especializadas para corte, como Dorper,
Suffolk, Ile de France, pois garantem maior ganho de peso e melhor
característica de carcaça”, explicou o pesquisador da Secretaria, que atua no
IZ, Mauro Sartori Bueno.
Os cordeiros são
abatidos com até 150 dias de idade. O peso de abate varia entre 32kg e 45kg, o
que resulta em carcaças entre 15kg e 20kg, um aproveitamento de até 48%. “Estes
pesos resultam em cortes com peso adequados ao consumo, tanto para o consumo em
casa, quanto em restaurantes”, disse Bueno.
O pesquisador explicou
que a divisão dos cortes é muito regional, tendo em cada região suas
preferências. “No entanto, os cortes em cordeiros, é uma prática relativamente
nova em nosso país e cada vez mais surgem variações dos cortes, atendendo a um
mercado consumidor exigente”, disse.
Tipos
de cortes
De acordo com a
pesquisa, os cortes de cordeiro resultam em peças de menor tamanho e agregam
valor ao produto. “Alguns cortes são muito valorizados pela alta gastronomia
dos restaurantes dos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de janeiro, e
outros”, comentou o pesquisador.
A carcaça pode ser
dividida em cortes como: perna, paleta, lombo com osso, carrés, costela e
pescoço. Também se pode separar a
picanha, o lombo desossado e o filé mignon, que tem elevado preço.
“O file mignon de
cordeiro é muito pequeno, com peso ao redor de 150g/cada (são 2 por carcaça). A
carne é magra e muito suculenta. Já a picanha de cordeiro pesa ao redor de 300g
cada”, disse Bueno. Os dois cortes têm valor elevado devido às suas
características de sabor, alcançando preços de R$70,00/kg, conforme apontou a
pesquisa.
Os carrés
compreendem a região da coluna vertebral inteira com somente uma pequena porção
das costelas, que são descarnadas para ficarem à mostra. “Tem grande aceitação
pelos restaurantes de alta gastronomia e elevado valor de mercado”, ponderou o
pesquisador. Os carrés são separados em carré coberto e descoberto e pesam ao
redor de 1,0 kg os dois juntos.
A costela é a parte
restante dos carrés (costeletas) e tem mais ossos, pouco menos carne, e um
pouco mais de gordura, sem ser excessiva. Muito apreciada para churrasco. É um
dos cortes mais populares, devido ao seu menor preço, sem, no entanto, deixar
de ser saborosa e macia. Pesa ao redor de 1kg.
O pescoço, pesa em
torno de 1,5 kg, e pode ser fatiado e ser preparado na forma de medalhões. Também pode ser desossado para ser preparado
na forma de grelhado, pela maciez da carne encontrada nesse corte.
Já as patas,
conhecidas como pernil, que são cortes mais pesados, têm grandes proporções de
carne, e é comercializada inteira ou fatiada, para facilitar o preparo.
“A perna inteira deve ter peso de até 1,5 kg, para facilitar o preparo
domiciliar; já pernas maiores, podem ser comercializadas fatiadas, conhecidas
por chuletada, na forma de bifes com até 2 dedos de espessura, para facilitar o
preparo de grelhados ou na churrasqueira”, complementou o pesquisador.
Mais Informações
Assessoria de
Comunicação
Secretaria
de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
(11) 5067-0069
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