O
leite A2 está se tornando cada vez mais popular entre consumidores e produtores
por ser considerado um leite de mais fácil digestão comparado ao leite A1. Com
essa perspectiva a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), desenvolveu dois métodos para
detectar o alelo A1 diretamente em amostras de leite e seus derivados
comercializados como A2. O resultado do estudo está no artigo científico “New
high-sensitive rhAmp method for A1 allele detection in A2 milk samples“, publicado
na revista Food Chemistry que estará
com acesso gratuito por 50 dias.
Esta é a primeira
tentativa de desenvolver ensaios para genotipar alelos A1 e A2 do gene CSN2 da
beta-caseína diretamente de amostras de leite. A maioria das pesquisas concentrou-se
na identificação das frequências desses genótipos apenas nos animais.
O teste de
identificação do IZ vem agregar credibilidade ao produto "Leite A2". O
leite de vaca pode conter dois tipos de proteínas, a beta-caseína A1 e A2. A
digestão do A1 está associada à liberação do peptídeo beta-casomorfina-7, que
pode causar efeitos gastrointestinais adversos, diferente da intolerância à
lactose.
A técnica
desenvolvida pelo IZ é muito relevante para empresas que comercializam produtos
provenientes de animais selecionados A2. Com esses métodos, será possível
detectar os alelos, fornecendo informações precisas de produtos que serão consumidos
por pessoas que só podem ingerir o leite A2 e seus derivados.
Participaram dos
estudos os pesquisadores do IZ, Anibal Eugênio Vercesi Filho, Luciana Morita
Katiki, os Assistentes Técnicos de Pesquisa Científica e Tecnológica Rodrigo
Giglioti e Gunta Gutmanis.
O artigo científico
sobre a pesquisa pode ser acessado gratuitamente até 4 de março de 2020, na
revista Food Chemistry,
no link www.sciencedirect.com/science/article/pii/S030881462030011X
Identificação
Os métodos HRM (High
Resolution Melting) e rhAmp (Amplificação dependente de RNase H), desenvolvidos
pelo IZ, são capazes de discriminar e detectar de maneira altamente confiável
os genótipos A1A1, A2A2 e A1A2 do gene CSN2 em amostras de DNA de animais e
amostras de leite e seus derivados. As duas técnicas apresentem 100% de
precisão para a genotipagem de animais.
Contudo, a detecção
por rhAmp é dez vezes mais sensível que o método HRM, sendo indicada para a
fiscalização de leite A2, devido a sua alta sensibilidade para detectar a
presença de A1 em amostras de A2. Assim, essa metodologia pode ser utilizada
para identificar possíveis contaminações da variante alélica A1 em amostras de
leite e derivados de leite A2. A metodologia por análise de HRM é indicada para
a genotipagem dos animais.
A prioridade do IZ,
no momento, é desenvolver um teste rápido e de alta sensibilidade para
identificação do alelo A1 em amostras de leite A2. Já há parceria com uma
empresa privada de tecnologia, e o teste encontra-se em fase de
desenvolvimento. Em breve, produtores e indústrias poderão utiliza-lo para detectar
a presença de leite A1 em amostras de leite ditas como A2.
O laboratório do Centro
de Pesquisa de Genética e Reprodução Animal realiza o serviço de genotipagem de
animais para os genótipos A1A1, A1A2 e A2A2 e para detectar a pureza no leite e
seus derivados que deverão conter apenas a betacaseína A2. Os interessados em
realizar estes testes devem procurar os pesquisadores Dr. Anibal Vercesi e Dr.
Rodrigo Giglioti no e-mail labgeniz@iz.sp.gov.br
Lisley Silvério (MTb. 26.194)
Assessora de Imprensa
Secretaria de Agricultura e Abastecimento SP
Instituto de Zootecnia (IZ/Apta)
Fone: (19) 3476-0841
E-mail: lisley@iz.sp.gov.br | saacomunica@sp.gov.br
www.iz.sp.gov.br