09/10/2020
Dia Mundial do Ovo - Qualidade do ovo, bem-estar animal e saúde das aves são foco das pesquisas da Secretaria de Agricultura
Depois do leite materno, o ovo é o alimento mais
completo para o ser humano.
Com foco mundial, o trivial ovo de galinha, principal personagem
dos mais variados pratos – desde um simples ovo estalado até um belo prato
gourmet –, recebeu um dia só seu em outubro, o Dia mundial do Ovo este ano
festejado no dia 9. E, por trás de um elemento tão pequeno e frágil existem
muitos estudos realizados por instituições de pesquisa, como o Instituto de
Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo, que se preocupa com qualidade do ovo, bem-estar e saúde das aves,
além de informar corretamente os benefícios do ovo.
Os trabalhos de pesquisas na área são realizados pelo
Laboratório Avançado de Aves e Ovos do Instituto de Zootecnia (LAVIZ), que
analisa a qualidade de ovos comerciais [férteis e inférteis] com o equipamento
DET6000-EGGTESTER; também desenvolve pesquisas com os sistemas de produção de
aves poedeiras – galinhas ou codornas; indicadores de bem-estar animal; saúde
intestinal – vilosidades e microbioma; dietas; e substitutivos a
antimicrobianos.
Segundo o pesquisador do Centro de Pesquisa de Zootecnia
Diversificada do IZ, José Evandro de Moraes, o Brasil tem avançado nas
discussões em torno do bem-estar animal em sistemas produtivos de ovos
comerciais, principalmente por produtos orgânicos, que teve um aumento
expressivo por estes alimentos. “Esse foco começou a ocorrer entre os anos de
2012 a 2013 e as vendas de orgânicos cresceram 48% em volume e 46% em valor de
ovos”, destaca Evandro, que salienta que esse aumento também ocorreu com
diversos produtos denominados orgânicos.
“Durante os eventos “Naturaltech e Bio Brazil Fair”, em 2018,
foram divulgados alguns dados relevantes, deste mercado de produtos orgânicos
em geral, que movimenta anualmente mais de R$ 3 bilhões, com crescimento médio
anual de 30% e está entre os setores que mais crescem no Brasil”, detalha
Evandro.
Para Evandro, as perspectivas de crescimento dos orgânicos são
muito promissoras, Para que esse quadro permaneça é necessário seguir os
padrões preconizados pelas certificadoras de produtos orgânicos. “O crescimento
deste mercado só será afetado se houver problemas sanitários, de sazonalidade
de alguns produtos, contrário a isso tem tudo para aumentar ainda mais.”
Bem-estar e os sistemas de
criação
O consumidor está cada vez mais exigente com relação à origem
de seus alimentos, se realmente são produzidos com bem-estar animal, respeito
às pessoas e ao meio ambiente e por isso, a sociedade cria muito mitos sobre o
ovo e o bem-estar das aves.
Evandro explica que há muitas informações equivocadas que
condenam determinados sistemas de produção sem compreendê-los, prejudicando o
consumo de ovos por falta de entender seu funcionamento. “Nos últimos anos, a
avicultura de postura é o sistema de produção animal que mais sofre críticas com
informações deturpadas e fake News.”
“É um mito dizer que com um simples manejo de alocar aves para
o “chão” garante atendimento a todas as suas necessidades”, exemplifica
Evandro.
Contudo, essa pressão resultou em iniciativas independentes
pelo setor privado e linhas de pesquisa como o fomento para o desenvolvimento
de sistemas e aperfeiçoamento do manejo de forma aliada aos anseios do
consumidor que preconiza a produção de aves livres de gaiolas com garantias de
produtividade, segurança alimentar e sanitária.
Os
sistemas de aves livres – cage-free ou free-range – carregam alguns desafios
como a uniformidade produtiva do lote; qualidade de casca dos ovos e
uniformidade na coloração da gema; presença de ovos de cama que apresentam
maior risco de contaminação; exposição das aves a agentes infecciosos presentes
no piso, cama, ninhos ou piquetes; dificuldades na apanha para realização de
controle de peso, vacinação e descarte do lote; ambiência das áreas externas
(piquetes) é mais difícil de ser manipulado.
Evandro
destaca que o consumo de dietas também é maior nestes sistemas, pois as aves
apresentam maior atividade em atendimento ao seu repertório comportamental,
resultando em elevação de suas exigências nutricionais de manutenção, aumento
do consumo alimentar, ao ser comparado aos sistemas de produção em gaiolas.
“Além de ocorrer canibalismo, amontoamento das aves, principalmente quando se
assustam ou quando vão dormir; falta de mão-de-obra qualificada para atuar em
sistemas livres de gaiolas; reduzida disponibilidade de linhagens melhoradas de
alta produção para sistemas livres de gaiolas e custo de produção ainda
elevado.”
Alimento com mais
propriedades nutricionais
O alimento ovo é o segundo melhor alimento em termos
nutricionais para o ser humano, só perde para o leite materno. Apresenta
aproveitamento proteico médio de 93%. O ovo é fonte de proteínas, lipídios,
além das vitaminas A, D, E, K e do complexo B (B1, B3 e B12), com reduzidas
calorias.
Nos mercados encontram-se ovos brancos, vermelhos e
orgânicos, mas do ponto de vista nutricional são semelhantes. “No caso dos brancos
e vermelhos, são produzidos em sistemas convencionais, que podem ser com aves
mantidas em gaiolas ou dentro de galpões com contato direto ao piso”, explica
Evandro.
Orgânicos e enriquecidos
Os ovos orgânicos podem ser brancos ou vermelhos também, onde
atualmente há prevalência do ovo vermelho, devido à preferência do consumidor.
Contudo, Evandro salienta que a produção orgânica segue legislação específica e
também são auditados por certificadoras para a garantia de que são mesmo
orgânicos.
Já os ovos enriquecidos, como o próprio nome diz apresentam
valores de alguns nutrientes mais elevados quando comparados aos comuns, devido
manejo alimentar especifico que a ave recebe.
“Entre as principais estratégias, podemos destacar a
alteração da composição de lipídeos com a inclusão de ácidos graxos
poli-insaturados, elevação da quantidade de vitaminas e minerais”, afirma
Evandro.
Ele também detalha que o mais comum seria o ovo light, ou ovo
pufa, que são enriquecidos com ácidos graxos poli-insaturados. Direcionado
muitas vezes para pessoas com problemas de saúde relacionados à ingestão de
lipídeos.
Mitos e verdades
Com crescimento do acesso a informação, via internet, nem
sempre as informações chegam de forma correta ou mesmo de forma compreensível
ao grande público, por isso ainda existem muitos mitos sobre o consumo de ovos.
Um dos principais mitos é o do colesterol, mas há alguns anos
está, maciçamente, sendo desmitificado.
Outro mito seria, de que ovos brancos são exclusivamente de
aves “de granja”, e ovos vermelhos são de “aves caipiras”, e por isso um seria
“menos nutritivo” que outro, ou um seria “mais sujo” que o outro.
É crescente também o movimento pelo bem-estar de animais de
produção, e o consumidor pode optar por produtos que se preocupem com isso,
verificando se ovo que ele quer adquirir vem de sistema certificado para o bem-estar
animal.
Mas produtos diferenciados costumam ser menos acessíveis
tanto na oferta quanto no preço, e pode variar muito dependendo de sua
especificidade. Mesmo assim, o produto ovo, ainda é a fonte mais acessível de
proteínas de origem animal, graças ao melhoramento genético, nutrição e manejo
das aves. E, claro, com todos os cuidados sanitários da criação até a mesa.
O consumidor deve estar atento às condições da embalagem, integridade
de casca e validade. Há muitas opções atualmente,
e o que determina a escolha é a capacidade de compra e conceitos éticos. “Quando
produzidos de forma correta todos os diferentes ovos são excelentes para
nutrição humana”, finaliza Evandro.
Mais informações sobre os serviços prestados pelo laboratório
Avançado de Aves e Ovos do Instituto de Zootecnia (LAVIZ) pelo e-mail evandro.moraes@sp.gov.br
e fones (19) 3476-0041 e (19) 99969-4088.
Lisley
Silvério (MTb. 26.194)
Assessora de Imprensa - Instituto de Zootecnia
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