Segundo o geneticista Rodrigo
Giglioti, o RNA obtido de sangue pode ser altamente vulnerável à degradação, e,
consequentemente, pode resultar em padrões de expressão gênica falsamente
alterados. “Assim, o armazenamento adequado das amostras, antes do procedimento
de extração do RNA, é de extrema importância para manter a qualidade e
integridade do RNA.”
Diferentes métodos de
extração de RNA têm sido aplicados para evitar a degradação do RNA. O
congelamento instantâneo com nitrogênio líquido (-180°C) é uma das formas mais
comuns, embora a criopreservação nem sempre seja possível ou prática, de acordo
com o pesquisador. Reagentes de estabilização também são comumente aplicados,
como tubos para colheita de amostras de sangue, contendo soluções
estabilizantes de RNA e reagentes estabilizantes que são aplicados no momento
de armazenamento do RNA.
“Muitas pesquisas têm
sugerido o uso desses reagentes estabilizantes, além do uso de um kit de
extração de RNA comercial adequado. Contudo, os custos relacionados ao uso
desses reagentes e kits podem ser muito altos, especialmente para experimentos,
que incluem um tamanho amostral alto”, explica Giglioti.
A pesquisa publicada na
Revista Molecular Biology Reports demonstrou que amostras de sangue total
bovino (contendo anticoagulante EDTA) podem ser armazenadas até três dias, em
temperatura de geladeira comum (4°C) para extração de RNA, sem influenciar sua
qualidade e integridade. Os intervalos de extração e armazenamento avaliados
foram de duas horas, um dia, dois dias, três dias, sete dias e 14 dias após a
colheita das amostras de sangue.
Segundo Giglioti, existem
poucos estudos disponíveis com foco na avaliação da integridade do RNA e
expressão gênica durante o armazenamento de amostras de sangue total bovino. “Até
onde sabemos, este foi o primeiro estudo a avaliar o tempo de armazenamento do
RNA de sangue total bovino não tratado em geladeira comum e sem adição de
quaisquer reagentes estabilizadores de RNA. Os resultados podem constituir uma
informação valiosa para estudos, visando o RNA mensageiro bovino em amostras de
sangue”, ressalta.
Lisley Silvério (MTb.
26.194)
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