Autores
Fonseca, T.C.; Bandel, G.; Dornelas, M.C.
Resumo
A amoreira é uma planta dióica. No entanto, um cruzamento intervarietal envolvendo o clone feminino Formosa e o clone masculino Catânia Paulista produziu um híbrido mutante que produz flores hermafroditas. Em plantas modelo como Arabidopsis, o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos é coordenado pela ação de genes homeóticos, em sua maioria pertencentes à família MADS de fatores de transcrição. Neste trabalho descrevemos o padrão de expressão, via hibridizaçãoin situ, de genes da família MADS em meristemas florais de amoreira e sua implicação na diferenciação dos órgãos reprodutivos nos clones mencionados acima. Para tal, meristemas florais em diferentes estágios de desenvolvimento foram fixados em paraformaldeído 4% por 16h, desidratados em série etílica e conservados em etanol absoluto a –20oC até o momento da hibridização. Antes da pré-hibridização com proteinase K (0,1mg/ml), o material foi re-hidratado. Foram utilizadas sondas anti-sense para os genes AGAMOUS (AG), APETALA3 (AP3) e APETALA1 (AP1), marcadas com digoxigenina. A detecção do sinal foi realizada com anticorpos conjugados à fosfatase alcalina, tendo NBT/BCIP como substrato. O sinal de hibridização de AP1 foi detectado nas tépalas dos três clones. No clone masculino e no clone hermafrodita, a expressão do gene AP3 pôde ser relacionada com a diferenciação dos estames. O sinal de AG foi detectado durante o desenvolvimento do gineceu, mesmo no clone masculino, que possui carpelos abortados. A análise do padrão de expressão dos genes MADS mencionados em amoreira indicou uma conservação evolutiva dos mecanismos moleculares da determinação do sexo em plantas.
Palavras-chave: hibridização in situ, MADS
Apoio financeiro: FAPESP
47 Congresso Nacional de Genética – SBG - Águas de Lindóia, SP, Brasil – 16 a 19/09/2003