Autores
Elaine Magnani
Resumo
RESUMO:
O consumo alimentar residual (CAR) é uma medida de
eficiência utilizada em bovinos de corte, entretanto, suas relações com
crescimento, digestibilidade e bases fisiológicas são contraditórias. Este trabalho foi
conduzido com o objetivo de gerar conhecimento sobre o CAR de fêmeas da raça Nelore e
estudar as relações existentes entre CAR, características de crescimento, outras medidas de
eficiência alimentar, digestibilidade, comportamento ingestivo e perfil celular sanguíneo e
metabólico. O CAR foi calculado como a diferença entre consumo observado e predito, baseado
no peso vivo (PV) médio metabólico e ganho médio diário (GMD), sendo as novilhas
classificadas como alto (> média + 0,5 DP); médio (± 0,5 DP da média); e baixo CAR (< média –
0,5 DP). Os resultados apresentados no capítulo dois são referentes à avaliação de 64
novilhas, por duas fases distintas, com durações de 112 e 98 dias para fases I e II, respectivamente.
Foram calculadas as medidas tradicionais de eficiência alimentar, além de coletadas imagens de
ultrassom no músculo Longissimus (AOL), espessura de gordura no lombo (EGL) e na garupa
(EGG). Quatro coletas de sangue foram realizadas para análise de aspartato
aminotrasferase, proteínas totais, bilirrubinas, creatinina, fosfatase alcalina, glicose,
triglicerídeos e ureia. Os efeitos da idade inicial de cada fase experimental foram testados utilizando-se o
procedimento GLM do SAS, sendo não significativos e retirados do modelo. As médias foram
comparadas pelo teste de Tukey a 10% de probabilidade para os metabólitos e a 5% de
probabilidade para as demais variáveis. Não foram detectadas diferenças significativas em PV
inicial, PV final, PV metabólico, GMD, conversão alimentar, eficiência alimentar, taxa de
crescimento relativo, taxa de Kleiber, AOL, EGL, EGG e suas respectivas taxas de ganho entre as
classes de CAR. Consumo de matéria seca e eficiência parcial de crescimento foram
significativamente diferentes entre as classes de CAR, sendo que animais de baixo CAR são os mais eficientes.
Proteínas totais e ureia tiveram maiores concentrações sanguíneas nos animais
mais eficientes. Os resultados apresentados no capítulo três são referentes à
avaliação de 32 novilhas, previamente classificadas em alto e baixo CAR, mantidas em confinamento
por 48 dias. Os parâmetros analisados foram digestibilidade, comportamento
ingestivo e níveis séricos de IGF-I, leptina, cortisol e creatinofosfoquinase. Não foram detectadas
diferenças nas variáveis de comportamento ingestivo e parâmetros sanguíneos, com
exceção da creatinofosfoquinase, que apresentou maior concentração nos animais alto CAR.
Animais baixo CAR apresentaram melhor digestibilidade de matéria seca, fibra em
detergente ácido, fibra em detergente neutro e celulose, sugerindo que esses apresentam melhor
aproveitamento dos alimentos. Os parâmetros metabólicos avaliados, assim como,
comportamento ingestivo, não explicam as variações no CAR detectadas em novilhas Nelore em
crescimento, mostrando que mais estudos devem ser realizados afim de desvendar as
bases fisiológicas do CAR.
Palavras-chave: Bovino de corte, digestibilidade, eficiência alimentar, perfil celular sanguíneo.
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