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Desempenho, comportamento ingestivo e reatividade de fêmeas Nelore classificadas pelo consumo alimentar residual

Autores
Leonardo Tadashi Egawa

Resumo

RESUMO:

 

O consumo alimentar residual é uma medida de eficiência alimentar calculada como a diferença entre o consumo observado e o consumo estimado levando-se em conta o peso vivo e o ganho de peso. Este trabalho foi realizado com o objetivo de gerar conhecimento sobre o consumo alimentar residual de fêmeas da raça Nelore e avaliar suas relações com características de crescimento, medidas de eficiência alimentar, comportamento ingestivo, reatividade e níveis de cortisol sérico. Os resultados apresentados nos capítulos dois e três são referentes à avaliação de 56 novilhas durante 112 dias, sendo 28 para adaptação às instalações e dieta e 84 para coleta de dados. Foram calculadas as medidas tradicionais de eficiência alimentar e de desempenho, além de coletadas imagens de ultrassom no músculo Longissimus, espessura de gordura no lombo e na garupa. Durante as pesagens realizadas no início do experimento e a cada 28 dias, foram efetuadas coletas de sangue para análise de cortisol sérico e medidas de reatividade. Durante nove períodos integrais de 24 horas foram realizadas coletas de comportamento ingestivo e sempre no dia seguinte destas coletas realizou-se contagens de mastigações merícicas. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado. O efeito de instalação foi testado utilizando-se o procedimento GLM do SAS, sendo não significativo e retirado do modelo. As médias foram ajustadas pelo método dos quadrados mínimos e comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%. Não foram detectadas diferenças significativas em peso vivo inicial, peso vivo final, ganho médio diário, taxa de crescimento relativo, taxa de Kleiber, área do Longissimus, espessura de gordura no lombo, espessura de gordura na garupa e suas respectivas taxas de ganho entre animais alto e baixo consumo alimentar residual. Consumo de matéria seca, conversão alimentar, eficiência alimentar, eficiência parcial de crescimento foram significativamente diferentes entre as classes de consumo alimentar residual. Os consumos de fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido e extrato etéreo foram significativamente diferentes entre as classes alto e baixo consumo alimentar residual, sendo que em todos os consumos de nutrientes animais eficientes obtiveram os menores valores. Não foram detectadas diferenças para as medidas de temperamento e níveis de cortisol. Para as variáveis de comportamento ingestivo, tempo de alimentação, ruminação e mastigação por quilograma de matéria seca e de fibra em detergente neutro consumido e de eficiência alimentar foram detectadas diferenças significativas entre as classes de consumo alimentar residual. O nível de cortisol sérico e as medidas de temperamento analisadas não explicam as variações no consumo alimentar residual de novilhas Nelore. Porém, o comportamento ingestivo pode, em parte, explicar essas variações, sendo que animais com baixo consumo alimentar residual consomem menores quantidades de alimento, e gastam tempos superiores em alimentação e ruminação, aproveitando os alimentos de forma mais eficiente. Com isso, mais pesquisas devem ser realizadas a fim de caracterizar as fontes biológicas de variação da eficiência na utilização dos alimentos em bovinos de corte.

 

Palavras-chave: bovino de corte, crescimento, eficiência, temperamento.

 

 

ABSTRACT:

 

Residual feed intake is a feed efficiency measurement calculated as the difference between dry matter intake observed and estimated based on body weight and weight gain. This work was carried out in order to generate knowledge on residual feed intake of Nellore heifers and evaluate its relationships with growth traits, feed efficiency, ingestive behavior, reactivity, and serum cortisol levels. The results presented in chapters two and three are related to the evaluation of 56 heifers for 112 days, being 28 of adaptation to facilities and diet and 84 for data collection. Traditional measures of feed efficiency and performance were calculated, and ultrasound images were collected in Longissimus muscle, back and rump fat thickness. During the weighings at the beginning of the experiment and every 28 days, blood samples were collected for analysis of serum cortisol and reactivity information was collected. During nine full periods of 24 hours ingestive behavior information was collected and in the next day counts of chews were performed. The experimental design was completely randomized. The effect of the installation was tested using the GLM procedure of SAS, and was not significant and removed from the model. Least square means were calculated and compared by Tukey test at 5% of probability. There were no significant differences in initial and final body weight, average daily gain, relative growth rate, Kleiber ratio, Longissimus area, back and rump fat thickness and their gain rates between high and low residual feed intake bulls. Dry matter intake, feed conversion, feed efficiency, partial efficiency of growth were significantly different between residual feed intake levels. Neutral detergent fiber, acid detergent fiber and ether extract intakes were significantly different between high and low residual feed intake bulls, being the intake of all nutrients lesser in more efficient bulls due to lower dry matter intake, better efficiency of nutrient utilization, source of variation in digestion and absorption of nutrients. No differences were found for measures of temperament and cortisol levels. For the variables of ingestive behavior, feeding time, rumination and chewing per kilogram of dry matter, consumed neutral detergent fiber and feed efficiency significant differences were detected between residual feed intake levels. Serum cortisol level and measures of temperament do not explain the variations in residual feed intake of Nelore heifers. Conversely the feeding behavior may partly explain these variations, being animals low residual feed intake the ones that consume less food, and spend more time eating and ruminating on top, enjoying the food more efficiently. Thus, more research should be conducted to characterize the biological sources of variation in feed efficiency in beef cattle.

 

Keywords: beef cattle, efficiency, growth, temperament.

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