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Relação entre emissão de metano entérico e eficiência alimentar em bovinos nelore

Autores
Ana Paula de Melo Caliman

Resumo

RESUMO

Os objetivos desse trabalho foram quantificar a emissão diária de metano entérico individual de bovinos Nelore e sua relação com características de crescimento e eficiência alimentar obtidas durante teste de desempenho em confinamento. O estudo foi realizado no Centro APTA Bovinos de Corte, IZ-SP. Foram avaliados 118 bovinos (56 fêmeas e 62 machos), nascidos em 2010. A dieta fornecida foi formulada à base de feno de Urochloa brizantha e decumbens, milho moído, farelo de algodão, uréia e mistura mineral. O consumo alimentar residual (CAR78) foi calculado como a diferença entre o consumo de matéria seca observado (CMS78) e o CMS predito em função do peso vivo médio metabólico (PMET78) e do ganho médio diário (GMD78). Os animais foram classificados em três grupos: baixo CAR78, médio CAR78 e alto CAR78 de acordo com a média e desvio-padrão do CAR78. Foram avaliados quanto à emissão de metano entérico 46 animais (23 machos e 23 fêmeas) representantes das classes baixo e alto CAR78 (22 baixo CAR e 24 alto CAR). A taxa de emissão diária de metano (CH4) proveniente da fermentação entérica foi avaliada utilizando o método do gás traçador hexafluoreto de enxofre (SF6) durante 7 dias consecutivos, após 7 dias de adaptação dos animais aos aparatos e a coleta. A taxa de emissão de CH4 foi calculada por meio das concentrações de SF6 e CH4 mensuradas e taxa conhecida de emissão de CH4 dada por: QCH4 = QSF6 x [CH4]/[SF6]. O consumo médio de energia bruta (CEB em Mcal/dia) foi obtido durante os 7 dias de avaliação da emissão de CH4, assim como a perda de energia bruta na forma de metano (CH4/CEB). Após o teste de desempenho, os machos permaneceram por mais 45 dias nas baias individuais (incluindo o período de coleta de metano) e um outro CAR foi calculado considerando 32 dias de teste (CAR32). Os animais foram novamente classificados em baixo CAR32 (<média) e alto CAR32 (>média). Não foi detectada diferença significativa na taxa de emissão diária de CH4 (p=0,2197) entre animais mais (baixo CAR78) e menos eficientes (alto CAR78), apesar dos animais mais eficientes apresentarem CMS e CEB significativamente maior. Os animais mais eficientes apresentaram maior CH4/CEB que os animais menos eficientes. As correlações parciais entre CH4, GMD78, CMS78, PMET78, de média magnitude, indicam que animais maiores emitem mais metano; e as correlações entre CH4 e CAR78 e CA78, próximas de zero, confirmam que, no presente trabalho, a emissão de CH4 não teve relação com características de eficiência alimentar obtidas em teste de desempenho anterior à avaliação da emissão de CH4. Entretanto, as taxas de emissão diária de CH4 foram significativamente diferentes entre animais classificados como baixo e alto CAR32, ou seja, animais mais eficientes (baixo CAR32) apresentaram menor taxa diária de emissão de CH4 que animais menos eficientes (alto CAR32). Foi observado que o CMS/PMET e o CMS/peso vivo no meio do teste não foram estatisticamente diferentes entre os dois testes de desempenho (78 dias versus 32 dias), sugerindo que o aparatos de coleta não influenciaram o consumo. Há necessidade de mais estudos para verificar o efeito da eficiência alimentar de bovinos Nelore na taxa de emissão entérica de CH4.

Palavas-chave:

Hexafluoreto de Enxofre, Consumo Alimentar Residual, Gases de  Efeito Estufa. X

RELATIONSHIP BETWEEN ENTERIC METHANE EMISSION AND FEED EFFICIENCY IN NELLORE CATTLE

ABSTRACT:

The objective of this paper was quantify the individual enteric methane daily emission in Nelore cattle and their relationship with some characteristics like the growth and feed efficiency which were got during a test of performance in confinement. The study was carried out at Centro APTA Bovinos de Corte, IZ-SP. One hundred and eighteen heads of cattle (56 females and 62 males) born in 2010 were evaluated. The supplied diet was formulated on basis of hay of Urochloa brizantha and decumbens, ground corn, cotton bran, urea and mineral mixture. The residual feed intake (RFI78) was calculated as the difference between the observed and the predicted dry matter intake (DMI78) depending on the average living metabolic weight (ALMW78) and the average daily gain (ADG78). The animals were classified into three groups: low RFI78, average RFI78 and high RFI78 according to its average and standard deviation. Forty-six animals were evaluated for the enteric methane emission (23 males e 23 females) representative of low and high RFI78 (22 low RFI e 24 high RFI). The rate of enteric methane daily emission (CH4) from enteric fermentation was evaluate using the sulfur hexafluoride (SF6) tracer technique during 7 days measurement, after 7 days for the adaptation of animals to the collection apparatus. The rate of CH4 emission was calculated through the concentrations of SF6 and CH4 measured and known rate of CH4 emission given to: QCH4 = QSF6 x [CH4]/[SF6]. The average gross energy intake (GEI in Mcal/day) was obtained during 7 days of assessment of the CH4 emission, as well as the loss of gross energy with methane (CH4/GEI). After the performance test, the males remained for 45 more days in the individual bay (including the period of the methane collection) and another RFI was calculated considering 32 days of test (RFI32). The animals were classified into low RFI32 (<average) and high RFI32 (>average) again. It was not detected a significant difference in the rate of daily emission of CH4 (p=0,2197) between more efficient animals (low RFI78) and less efficient animals (high RFI78), in spite of the more efficient animals present significantly more DMI and GEI. The more efficient animals presented more CH4/GEI than the less efficient animals. The partial correlations between CH4, ADG78, DMI78, ALMW78, in magnitude average indicate that bigger animals emit more methane; and the correlations between CH4 and RFI78 and CA78, near zero, confirm that, in this work, the CH4 emission had no relationship with the characteristics of feed efficiency obtained in previous performance test to the assessment of CH4 emission. However, the rates of daily emission CH4 were significantly different between animals classified as low and high RFI32, in other words, more efficient animals (low RFI32) presented less daily emission rate of CH4 than less efficient animals (high RFI32). It was observed that the DMI/ALMW and the DMI/living weight in the middle of the test were not different statistically between the two performance tests (78 days versus 32 days), suggesting that the collection apparatus did not influence the intake. It is necessary more studies to check the effect of the feed efficiency of Nelore cattle in the rate of enteric emission of CH4.

Key words:

Sulfur hexafluoride, Residual feed intake, Greenhouse.

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