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Resíduos de gentamicina no leite de vacas com mastite clínica e subclínica submetidas a tratamento intramamário

Autores
Thamires Martins

Resumo

RESUMO:

A mastite ocupa lugar de destaque entre as doenças que afetam o rebanho leiteiro, pois

reduz a produção, altera a qualidade do leite além de apresentar riscos a saúde pública e animal. O uso indiscriminado de antibióticos no tratamento de mastite pode acarretar problemas como resistência de microrganismos e a presença de resíduos no leite, que podem afetar a saúde dos consumidores e gerar problemas econômicos no setor lácteo.

Os objetivos do estudo foram avaliar a persistência dos resíduos de gentamicina no leite de vacas com mastite clínica e subclínica submetidas a tratamento, avaliar o perfil microbiológico antes e após tratamento, traçar o perfil de sensibilidade antimicrobiana e avaliar a produção de biofilmes dos Staphylococcus spp. Foram avaliadas 16 vacas em lactação que apresentaram mastite clínica e mastite subclínica. Os animais foram tratados com sulfato de gentamicina por via intramamária durante três dias. A avaliação microbiológica foi realizada antes e após o tratamento. Amostras de leite dos quartos mamários, dos balões coletores e do tanque de expansão foram coletadas por um

período de 12 dias após a última aplicação do antibiótico, para a detecção de resíduos dos mesmos através do teste de inibição microbiológica Delvotest® SP NT. Do total de 1440 amostras de quartos mamários avaliados, a persistência de resíduos de gentamicina após o período de carência foi observada em 24,95% e menor frequência de amostras positivas (1,6%) foi observada em 9,3 dias após o tratamento. Resíduos de gentamicina também foram detectados em 3,8% das amostras de balões coletores (n=383) em 4,1 dias após o tratamento, no entanto, não foram observadas amostras com resíduos após esse período. Os grupos de animais não apresentaram diferenças significativas nos resultados da eliminação dos resíduos de gentamicina no leite dos quartos mamários

(P>0,05) e dos balões coletores (P>0,05). As amostras de leite do tanque de expansão (n=169) não apresentaram resíduos de gentamicina. As diferenças observadas no isolamento microbiológico antes e após o tratamento não foram significativas nos quartos mamários tratados (P=0,191) e nos não tratados (P=0,985). As diferenças observadas nas frequências de cepas isoladas antes e após o tratamento não foram significativas nos quartos mamários tratados (P=0,135) e nos não tratados (P=0,993). Do total de 210 cepas isoladas, os gêneros Corynebacterium spp. (43,81%),

Staphylococcus spp. (30,00%) e Streptococcus spp. (22,38%) foram os mais frequentes.

A produção de biofilmes ocorreu em 13,33% dos Staphylococcus coagulase negativa, em 20,83% dos Staphylococcus coagulase positiva e em 33,33% dos S. aureus. Os maiores índices de resistência por cepas de Staphylococcus spp. foram à neomicina (16,95%), penicilina G (10,17%) e ampicilina (8,47%). Foi observada também a multirresistência em 15,23% das cepas, sendo que 1,69% das cepas foram resistentes a todos antimicrobianos. A persistência de resíduos de gentamicina no leite de animais tratados, após o período de carência, representa um risco à saúde dos consumidores. Há necessidade de se monitorar os animais tratados com gentamicina antes de destinar o leite para o consumo.

Palavras-chave: antibiótico, bovinos, multirresistência.

 

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