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Aspectos reprodutivos de machos e fêmeas da raça Gir Leiteiro

Autores
Guilherme Felipe Ferreira dos Santos

Resumo

Os objetivos deste estudo foram avaliar características reprodutivas de machos e fêmeas da raça Gir Leiteiro. Para os machos foi avaliada a influência do ITE (Índice de Temperatura Equivalente) e da temperatura mínima sobre características de qualidade seminal, em provas de desempenho no pré-teste de progênie. Para as fêmeas foram avaliados parâmetros reprodutivos e o perfil de progesterona de primíparas da raça Gir leiteiro no pós-parto. As colheitas do sêmen de 288 touros da raça Gir Leiteiro, com idades entre 15 e 49 meses, foram realizadas entre janeiro de 2012 e março de 2015, totalizando 742 amostras, sendo até 3 colheitas por touro. As características seminais avaliadas foram volume, turbilhonamento, motilidade, vigor, concentração e defeitos totais. Os dados meteorológicos (temperatura máxima, temperatura mínima, umidade relativa do ar e velocidade do vento) foram coletados através de uma estação meteorológica convencional e disponibilizados através Instituto Nacional de Meteorologia. As análises foram realizadas através do pacote estatístico SAS, utilizando o procedimento MIXED, sendo incluídos no modelo os efeitos classificatórios de prova de desempenho e as covariáveis (efeitos lineares) circunferência escrotal, idade do touro à colheita, ITE e temperatura mínima, foram incluídos como efeitos fixos. O efeito do touro dentro da prova foi considerado como efeito aleatório. Os coeficientes de regressão linear para ITE, no dia da colheita, foram significativos (p<0,01) e negativos para volume, turbilhonamento, motilidade, vigor e concentração, para o dia da coleta e aos sete dias antes da colheita. Para os catorze dias antes da colheita, o ITE influenciou significativamente apenas o volume e a concentração do sêmen. A partir dos resultados, pode-se afirmar que existe uma relação antagônica entre ITE e as características seminais, sendo que as perdas na qualidade do sêmen são influenciadas pela temperatura, umidade relativa e velocidade do vento. O experimento com as fêmeas foi realizado em uma prova de produção de leite a pasto, com duração de 14 meses. Foram avaliadas 20 primíparas da raça Gir Leiteiro. As avaliações do sistema reprodutivo foram realizadas a cada 15 dias, através de ultrassonografia e palpação retal, onde, foram observados a involução uterina, muco vaginal e a população folicular. Para a avaliação do perfil de progesterona (P4), foram colhidas amostras individuais de leite, uma vez por semana, do 7º ao 135º dia pós-parto e analisadas por ELISA. Os perfis de P4 foram classificados em 5 categorias: normal, ciclo atrasado, fase luteal prolongada, descontinuidade do ciclo e ciclo curto. Cada classificação foi dividida em 4 fases: Início da atividade luteal, atividade luteal, intervalo interluteal, intervalo interovulatório. Cada fase foi medida até o fim do primeiro ciclo pós-parto. A média para a completa involução uterina foi de 43,9± 15,7 dias, A partir de 45 dias pós-parto o útero encontrava-se pélvico em 80% das vacas. A média para a detecção de muco translúcido foi de 30,3± 13,4 dias e a partir da quarta semana, 100%, apresentaram-se translúcidas. O número de folículos médio e grande oscilou ao longo do ciclo, em função do crescimento folicular em ondas a partir da 4 semana. Dos animais avaliados 60%, apresentaram anormalidades no primeiro ciclo pós-parto, sendo, 15% com o ciclo luteal prolongado, 15% com descontinuidade do ciclo, 30% com ciclo curto. Dificuldades no manejo e a intensa seleção dos animais para produção podem ocasionar anormalidades nos padrões reprodutivos de primíparas da raça Gir Leiteiro.

Palavras chave: características reprodutivas, ciclo estral, fertilidade, progesterona.

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