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Eficiência alimentar e perfil metabólico de matrizes Nelore em lactação

Autores
Luana Lelis Souza

Resumo

O consumo alimentar residual (CAR) é uma característica de eficiência alimentar avaliada em bovinos em crescimento, devido à possibilidade de identificar animais de menor consumo de matéria seca (CMS) independente de características de produção e de mantença. Os objetivos do presente estudo foram 1) avaliar a importância das características de produção na variação do consumo alimentar durante os dois estágios de lactação, e 2) verificar o efeito do CAR sobre os metabólitos sanguíneos de vacas Nelore lactantes. Foram avaliadas 27 vacas Nelore, com 1164±25 dias de idade e peso inicial de 506±40 kg, submetidas a teste de desempenho, com início aos 21±5 dias após o parto, e dividido nos dois estágios de lactação. As vacas permaneceram no sistema GrowSafe® para obtenção do CMS, sendo pesadas a cada 28 dias para a obtenção do peso vivo médio metabólico (PV0,75) e do ganho médio diário (GMD), e posterior cálculo do CAR. A relação concentrado:volumoso da dieta foi 10:90. Aos 20±5, 83±5, 146±5 e 176±5 dias após o parto as vacas foram avaliadas quanto à espessura de gordura subcutânea (EGS). As vacas foram ordenhadas mecanicamente aos 63±5, 85±5 e 151±6 dias após o parto para estimar a produção de leite em 24h, que foi corrigida para energia (PLc). Análises dos metabólitos de status energético (glicose, colesterol, triglicérides e β-hidroxibutirato), status proteico (albumina, ureia e creatinina), status mineral (cálcio, fósforo e magnésio) e status hormonal (insulina e cortisol) foram feitas a partir de colheitas de sangue aos 15±5, 41±5, 62±5 e 124±5 dias após o parto. O CAR foi calculado para os dois estágios de lactação (1o estágio: 21 a 100 dias após o parto; 2o estágio: 100 a 188 dias após o parto), como a diferença entre o CMS observado e o CMS estimado. Nenhuma das covariáveis (GMD, PV0,75, EGS e PLc) foram significativas para obter o CMS estimado das vacas no 1o estágio de lactação (R2=0,29). Já para o 2º estágio da lactação, foi significativa a covariável PV0,75 (R2=0,40). As vacas foram classificadas em CAR negativo (CAR<0, mais eficientes) e CAR positivo (CAR>0, menos eficientes) com base no CAR obtido no 1º estágio de lactação (CAR1). No 1ª estágio de lactação, vacas mais eficientes consumiram 10% menos matéria seca que vacas menos eficientes, e apresentaram desempenho e perfil metabólico similar, com exceção da proteína do leite em kg que foi menor para vacas mais eficientes. No 2ª estágio de lactação, vacas mais eficientes consumiram 11% menos matéria seca, sem diferenças nas demais características. Em conclusão, diferenças no GMD, PV0,75, EGS e PLc não explicam grande parte da variação do CMS de vacas Nelore em lactação. Vacas de menor CAR1 apresentam desempenho e perfil metabólico semelhante às vacas de maior CAR1. Concentrações de glicose, colesterol, triglicérides, β-hidroxibutirato, albumina, ureia, creatinina, cálcio, magnésio, insulina e cortisol, e as características de comportamento ingestivo são semelhantes entre as classes de CAR em vacas lactantes.

Palavras chave: consumo alimentar residual, metabólitos sanguíneos, vacas em lactação.

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