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Toxicidade do Odor de Óleos Essenciais de Eucalyptus Globulus e Corymbia Citriodora Sobre o Carrapato Rhipicephalus Microplus

Autores
Leandro Rodrigues

Resumo

As infestações pelo carrapato Rhipicephalus microplus causam grandes prejuízos à bovinocultura. Uma alternativa para o controle desse ácaro seria a utilização de óleos essenciais. Assim, o presente estudo avaliou o efeito acaricida do odor dos óleos essenciais de Corymbia citriodora Hook, Eucalyptus globulus Labill. e seus principais constituintes citronelal, 1,8-cineol, em misturas binárias (1:1) nas doses de 10, 20, 40, 60, 80 e 100 mg.g-1 sobre larvas e adultos ( Fêmeas ingurgitadas) de R. microplus. Controles positivos Triatox® (Amitraz), Colosso FC30® (Clorpirifós+cipermetrina+fenthion), Barrage® (Cipermetrina) e negativos (água e álcool /acetona 1:1) também foram usados para comparar os efeitos dos diferentes tratamentos. Um mililitro de cada solução foi vertida sobre um disco de papel de filtro de 5,5 cm de diâmetro que, após a evaporação total, foi transferido para a unidade experimental: dois tubos FALCON® de 50 ml de capacidade, acoplados um ao outro, separados por um papel de filtro, formando dois compartimentos: A (tubo superior: larvas ou teleóginas) e B (tubo inferior: disco impregnado). A tampa do tubo (A) foi perfurada e vedada com papel filtro para saída do odor. Para cada tratamento, foram realizadas 5 repetições, utilizando aproximadamente 100 larvas (± 21 dias de vida) ou 5 fêmeas ingurgitadas para cada repetição. As larvas e fêmeas ingurgitadas foram expostas ao odor dos tratamentos por 72 horas. Após esse período os adultos foram transferidas para uma placa de Petri e mantidas em BOD (27 ºC ± 70% de umidade) para calcular os índices da inibição da oviposição (IO), eficiência reprodutiva (ER) e eficácia dos tratamentos (EP). Para os ensaios com as larvas, a cada intervalo de tempo (24, 48 e 72 horas) foram contadas as larvas mortas e no final de 72 horas de exposição, as larvas vivas foram contadas para estimar a taxa de mortalidade larval. Os odores dos óleos essenciais, independente das doses e misturas, incluindo o grupo controle positivo, não causaram mortalidade das teleóginas. No entanto, o óleo E. globulus e seu princípio ativo majoritário, 1,8-cineol, na dose de 100 mg.g-1, alcançaram 100% de eficácia, uma vez que parâmetros reprodutivos de oviposição e eclodibilidade foram prejudicados. A mistura dos óleos de C. citriodora +1,8-cineol mostrou eficácia superior a 94% sobre fêmeas ingurgitadas nas doses de 80 e 100 mg.g-1. O efeito letal sobre larvas superior a 82% foi observado para citronelal e citronelal+1,8-cineol nas doses a partir de 20 mg.g-1. Além disso, o citronelal, apresentou maior mortalidade nas primeiras 24 horas de exposição (P<0,05). Conclui-se que o odor de citronelal, em doses a partir de 20 mg.g-1, foi o composto mais tóxico contra larvas de R. microplus; os odores dos óleos essenciais de E. globulus, C. citriodora e seus compostos majoritários, 1-8 cineol e citronelal foram, em determinadas doses, tóxicos para fêmeas ingurgitadas de R. microplus expostas por 72 horas, prejudicando postura e eclosão das larvas. Não se observou efeito acaricida do odor dos carrapaticidas químicos estudados e tampouco interação sinérgica entre as combinações binárias dos óleos essenciais.
Palavras-chave: cineol, citronelal, eucalipto, odor, R. microplus.

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