Autores
Maria Fernanda Ciappina Dizeró
Resumo
O leite é considerado um produto nutricionalmente completo e cada vez o consumidor está mais exigente, portanto é necessário produzir um alimento de boa qualidade e saudável. Para isso, o governo criou a Instrução Normativa (IN), a qual padroniza e estabelece limites mínimos de padrões de qualidade. Com a instrução normativa e o conhecimento dos patógenos causadores de mastite em determinada propriedade, o trabalho da assistência técnica se torna mais fácil e desse modo, ajuda o produtor a tomar melhores decisões dentro de sua propriedade.
Objetivou-se com esse estudo verificar o perfil microbiológico de amostras de leite de vacas em lactação; monitorar a qualidade do leite nos meses de inverno e verão; determinar o índice de rejeição de amostras em desacordo com a IN 31 e correlacionar as características de produção com patógenos encontrados nas propriedades. Foram analisadas, nos meses de inverno e verão, amostras de leite dos quartos mamários das vacas em lactação e do tanque de expansão de 14 (quatorze) propriedades participantes da Cooperativa dos Produtores Rurais de São Pedro – SP. As amostras individuais foram colhidas duas no mês de julho de 2017 e duas no mês de janeiro de 2018. As amostras foram analisadas no Laboratório de Qualidade do Leite no Instituto de Zootecnia, em Nova Odessa-SP. Foram colhidas seis amostras ao total, três na época de inverno e três na época do verão, posteriormente enviadas para análise na Clínica do Leite – ESALQ/USP. Foi realizada a caracterização das propriedades e dos produtores mediante a aplicação de questionários com a ajuda dos técnicos extensionistas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). O único parâmetro com efeito significativo (P=0,003), e que mede a qualidade do leite, foi o de contagem padrão em placa (CPP). O índice de amostras rejeitadas, por se encontrarem em desacordo com a IN 31, foi em média 38% para CPP, e 26% para Contagem de Células Somáticas (CCS). O microrganismo mais isolado na época do inverno foi de Corynebacterium spp. (22,12%), em seguida, observou-se a presença de Staphylococcus spp (17,71%). Na época do verão houve uma inversão de perfil entre Staphylococcus spp e Corynebacterium spp. A influência do perfil microbiológico junto às características das propriedades, do produtor e sanidade do rebanho foi realizada para os gêneros Streptococcus spp., sem efeito da época do ano, Corynebacterium spp. e Staphylococcus spp., ambos com efeito entre as épocas estudadas. Foi possível identificar deficiências nos aspectos sanitários e higiênicos, os quais estão relacionadas com falhas nas boas práticas de manejo de ordenha e podem ser explicados pela alta prevalência de Corynebacterium spp. no inverno e de Staphylococcus spp. ao longo do ano todo. Com isso, é indispensável que o produtor tenha auxílio da assistência técnica e essa saber quais são os pontos chaves dentro de cada propriedade para a tomada de decisão. Assim, o produtor tem um produto de qualidade e com maior produtividade, além de efetivar a importância da realização do perfil microbiológico para controle de mastite.
Íntegra (PDF)