Autores
Fabio Pinese
Resumo
A produção de bovinos no Brasil baseia-se principalmente no uso do pasto como principal fonte de nutrientes. A suplementação, aliada ao correto manejo do pastejo, tem sido uma das principais ferramentas de manejo para otimizar a produção animal em pastagens. Entender como o animal ajusta seu comportamento ingestivo, determinando-se os tempos despendidos com alimentação, ruminação e ócio é fundamental para desenvolvimento de estratégias de suplementação animal em pastagens. Este trabalho foi realizado com o objetivo de verificar se pode haver ganho em desempenho de novilhas Holandesa e Girolanda recebendo suplementos proteicos diferenciados em pastos de capim-marandu. Para isso, foram avaliados o ganho de peso diário e o comportamento ingestivo diurno de novilhas das raças Holandesa e Girolando em pastos de capim-marandu manejados em sistema de lotação intermitente, com alturas do dossel pré-pastejo de 25 cm e pós-pastejo de 15 cm, recebendo dois suplementos proteicos formulados de forma a atender 100 e 140% da necessidade de proteína degradável no rúmen (PDR), em delineamento inteiramente casualizado. O experimento foi conduzido no Instituto de Zootecnia (Nova Odessa/SP) em área de 9 ha dividida em 18 piquetes com aproximadamente 5.000 m² cada. Foram mensuradas as atividades relacionadas ao comportamento ingestivo taxa de bocados, passos por estação alimentar e estações alimentares por minuto, o ganho de peso dos animais, estimativas da produção de gases e a degradabilidade in vitro dos pastos de capim-marandu, e analise de derivados de purina da urina dos animais. As condições de altura do dossel forrageiro (pré e pós-pastejo) alteraram o comportamento diurno dos animais. Durante o pós-pastejo as novilhas apresentaram maior tempo de pastejo (427 minutos), menor tempo de ruminação (93 minutos), menor taxa de bocados (26 bocados / min) e visitaram menos estações alimentares por minuto (2) em relação ao pré-pastejo. A suplementação com 140% PDR proporcionou maior tempo de pastejo (417 minutos), menor tempo de ruminação (108 minutos), maior taxa de bocados (34 bocados / min) e maior número de passos entre as estações alimentares quando comparada à suplementação com 100% PDR. As novilhas da raça Holandesa efetuaram maior número de passos entre estações alimentares (1,8) e visitaram menos estações por minuto (2,0) em relação às Girolando. Durante o verão os animais apresentaram menor tempo de pastejo (389 minutos) e menor taxa de bocados (28 bocados / min) em relação ao outono. O ganho médio de peso diário dos animais não diferiu entre suplementos (P= 0,3021) utilizados e raças (P= 0,3019). Não houve diferença no acúmulo de forragem entre os períodos avaliados. As variáveis estudadas interferiram diretamente no comportamento diurno dos bovinos. Não houve influência dos tratamentos para os derivados de purinas.
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