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AVALIAÇÃO GENÉTICA DE CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO INGESTIVO E CORRELAÇÃO COM CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA ALIMENTAR

Autores
Lorena Ferreira Benfica

Resumo

O comportamento ingestivo de bovinos define o padrão de alimentação destes
animais e pode estar correlacionado com a eficiência alimentar. O objetivo do presente
trabalho foi estimar parâmetros genéticos, com a inclusão de dados genômicos, para as
características de comportamento ingestivo, eficiência alimentar e crescimento em bovinos da
raça Nelore. Foi avaliado banco de dados de animais da raça Nelore, nascidos de 1978 a 2017,
contendo 741 animais com registro de comportamento ingestivo, 1426 animais com registro
de eficiência alimentar, 9438 animais com registro de peso à seleção obtido ao sobreano, e
1200 animais com informação genômica. Foram avaliadas as seguintes características de
comportamento ingestivo: tempo de permanência no cocho (TPC), duração do evento de
alimentação (DEA), frequência de visitas ao cocho (FVC), taxa de alimentação (TxAlim) e
consumo de matéria seca por visita (CMSv); as seguintes características de eficiência
alimentar: consumo alimentar residual (CAR), ganho de peso residual (GANR), conversão
alimentar (CA); e as seguintes características de crescimento: ganho médio diário (GMD) e
peso a seleção (PSEL). Os componentes de (co)variância foram estimados pelo método
REML e modelos BLUP e ssGBLUP em análises bi-características. O modelo geral de análise
incluiu efeitos aleatórios genéticos aditivos direto do animal, efeito fixo de grupo de
contemporâneo, e idade da vaca (efeitos linear e quadrático) e do animal (efeito linear) como
covariáveis. Foram calculadas as respostas diretas a seleção para as características de
eficiência alimentar, GMD e PSEL, além das respostas correlacionadas na eficiência
alimentar e crescimento, pela seleção direta para menor TPC. As herdabilidades estimadas
foram 0,51±0,07, 0,32±0,07, 0,26±0,07, 0,37±0,07 e 0,32±0,07 para TPC, DEA, FVC,
TxAlim e CMSv, respectivamente. A maior correlação fenotípica estimada foi entre TPC e
CAR (0,46). GMD e PSEL foram fenotípica e negativamente correlacionados com FVC (-
0,04±0,03 e -0,11±0.03, respectivamente). CAR foi a característica mais geneticamente
correlacionada com TPC, DEA, e CMSv (0,70±0,11, 0,58±0,16 e 0,41±0,17,
respectivamente). As estimativas de correlação genética de GMD e PSEL com CMSv foram
positivas (0,47±0,15 e 0,43±0,11), enquanto com FCV as correlações genéticas foram
negativas (-0,09±0,16 e -0,29±0,14). CAR apresentou maior expectativa de ganho genético na
seleção indireta do que na seleção direta, entretanto, a resposta correlacionada à seleção para
menor TPC é desfavorável para as características CA, GMD e PSEL. Em conclusão, as
características de comportamento ingestivo apresentam variabilidade genética suficiente e
correlações genéticas desejáveis para serem incluídas em programas de seleção visando o
melhoramento das características de eficiência alimentar e crescimento.

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