Autores
Danielle Nunes Gurgeira
Resumo
O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de duas medidas de eficiência
alimentar nos índices zoométricos, nas características de carcaça e qualidade de carne. Foram
utilizados 40 machos ovinos, não castrados, da raça Santa Inês, com idade inicial média de
187±30 dias e peso inicial médio de 44,5±4,1 kg. O consumo de matéria seca (CMS) foi
registrado durante 61 dias e os animais foram pesados a cada 14 dias para obtenção do ganho
médio diário (GMD). Foram calculados o peso vivo médio metabólico (PVMM), a taxa de
crescimento relativo (TCR), a taxa de Kleiber (TK), a conversão alimentar (CA), o consumo
de matéria seca em relação ao peso vivo (CMSPV), o consumo alimentar residual (CAR) e o
consumo e ganho residual (CGR). Medidas morfométricas foram registradas no início e no
final do experimento para o cálculo dos índices zoométricos. Após o abate foram registrados
os pesos dos componentes não carcaça, peso de carcaça quente, pH, temperatura e foram
aferidas as medidas do trato gastrointestinal. Após o resfriamento as carcaças foram avaliadas
quanto a conformação, escore de acabamento, medidas internas e externas e separação dos
cortes comerciais. Em seguida foi registrada a área de olho de lombo, espessura de gordura,
perdas por cocção, força de cisalhamento (FC) e análise físico-química da carne. As análises
estatísticas foram realizadas pelos procedimentos CORR e GLM (SAS, Inst., Inc.,Care, NC,
USA). A análise de correlação (PROC CORR) foi feita pelo método de Pearson e a análise de
variância (PROC GLM) foi realizada incluindo no modelo o efeito de classes de CAR ou RIG
(SAS, Inst., Inc.,Care, NC, USA). A análise de correlação entre as características de
eficiência, características de carcaça, qualidade de carne e índices zoométricos foram feitas
pelo método de Pearson pelo PROC CORR (SAS, Inst., Inc., Care, NC, USA). Os animais
mais eficientes pelo CAR e CGR tiveram um consumo de matéria seca de 0,700 Kg e 0,400
Kg, respectivamente, menor do que os menos eficientes. Os menores valores de conversão
alimentar foram apresentados pelo grupo dos cordeiros mais eficientes, sendo 6,29 e 6,37,
para CAR - e CGR +. Apesar destas variações nas medidas de eficiência, o ganho médio
diário (0,230 kg/dia) não diferiu entre os grupos (P>0,05), assim como as demais variáveis de
desempenho avaliadas. Ao analisar os índices zoométricos, as características de carcaça, os
componentes não carcaça, os rendimentos dos cortes e a análise físico-química não foi
observado diferença (P>0,05) entre os grupos classificados para CAR e para CGR, com
exceção da FC, na qual os animais menos eficientes apresentaram uma carne com menor FC.
A utilização de ambas as medidas estudadas são adequadas para identificar animais mais
eficientes dentro de um grupo padronizado, sem causar prejuízos no desempenho, nas
características de carcaça e qualidade de carne.
Íntegra (PDF)