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RELAÇÃO ENTRE DIGESTIBILIDADE, CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL E EMISSÃO DE METANO ENTÉRICO EM BOVINOS NELORE

Autores
Sarah Bernardes Gianvecchio

Resumo

Cento e vinte dois novilhos Nelore submetidos a teste de desempenho
foram classificados pelo consumo alimentar residual (CAR). Os animais foram
mantidos em piquetes coletivos equipados com cochos eletrônicos por 83 dias, com
dieta formulada à base de silagem de sorgo, milho moído, farelo de soja, sal mineral e
ureia, com relação volumoso:concentrado de 60:40, para registro do consumo diário de
matéria seca. Uma amostra de 80 animais classificados em CAR negativo (-0,776 ± 0,45
kg de consumo de matéria seca/dia; n=40) e CAR positivo (0,780 ± 0,40 kg de consumo
de matéria seca/dia; n=40) foram avaliados quanto à digestibilidade aparente de
nutrientes, comportamento alimentar e emissão de metano entérico (CH4), a fim de
aumentar o conhecimento sobre as relações entre essas variáveis, e testar a hipótese que
animais mais eficientes (CAR negativo) apresentam maior digestibilidade e menor
emissão de CH4. Não houve diferença significativa na digestibilidade aparente de
nutrientes entre animais mais e menos eficientes, no entanto o consumo de matéria seca
(7,572 vs. 9,423 kg de MS/dia) e a conversão alimentar (7,946 vs. 9,456 kg/kg) foi
menor em animais CAR negativo. Animais mais eficientes tiveram menor tempo de
permanência no cocho (136,3 vs. 162,6 min/dia), duração de um evento de alimentação
(4,927 vs. 5,757 min/visita) e consumo de matéria seca por visita (0,265 vs. 0,315
kg/visita). Em média, animais CAR negativo emitiram -15,6 g CH4/dia que animais
CAR positivo (173,1 vs. 188,7 g CH4/dia; P = 0,0165), entretanto com maior emissão
de CH4 (g/dia) por kg CMS (23,02 vs. 20,04 g/kg; P <,0001) e maior energia bruta
ingerida perdida na forma de metano (8,111 vs. 7,063%; P<,0001) que animais CAR
positivo. As digestibilidades da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro
e em detergente ácido, energia bruta e nutrientes digestíveis totais foram fracamente
correlacionadas à emissão de CH4 (g/dia), CH4 (g/kg MS) e CH4 (g/peso vivo médio
metabólico). Entretanto, a digestibilidade do extrato etéreo foi negativa e medianamente
correlacionada (-0,296, -0,421, e -0,528) à emissão de CH4 (g/dia), CH4 (g/kg consumo
de matéria seca) e CH4 (g/peso vivo médio metabólico). Os resultados não apoiaram a
hipótese de que animais mais eficientes apresentam maior digestibilidade aparente de
nutrientes, porém os mesmos apresentam menor emissão de CH4 (g/dia), possivelmente
em função do menor consumo de matéria seca.

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