Autores
Gustavo Delmilho
Resumo
Pastagens são utilizadas como fonte de alimento para variadas espécies de animais de
produção. Ovinos criados em pastejo são afetados por diversos grupos de parasitas
gastrointestinais, sendo estes um dos maiores entraves na criação. A avaliação da
infestação parasitológicas em pastagens, é de suma importância uma vez que 95 a 99%
dos nematódeos gastrointestinais estão no ambiente de pastejo e não nos animais. O
controle biológico surge como uma ferramenta no combate aos parasitas de ovinos,
buscando-se principalmente, formas alternativas a crescente resistência parasitária entre
os rebanhos. Fungos nematófagos são uma alternativa viável entre controlar parasitas
no meio e gerar resultados animais satisfatórios. O fungo Duddingtonia flagrans se
enquadra como líder no segmento, provando-se eficaz em eliminar larvas infectantes,
quanto resistir a passagem pelo trato gastrointestinal. Neste trabalho foram utilizados
dois experimentos no fornecimento do fungo D. flagrans, sob a forma de produto
comercial BioVerm™. No primeiro, forneceu-se para 24 ovinos, sendo 4 fêmeas e 20
machos, divididos em oito piquetes e separados em grupo tratado, com produto e
controle. Para o tratado, disponibilizavam-se 0,5g produto\animal misturados a 300g
concentrado proteico, diariamente, enquanto no controle, somente consistiam-se 300g
concentrado, ambos os grupos tinham amostras de pastagem coletadas e avaliadas para
contagem de larvas infectantes e permaneciam no mesmo tipo de forrageira, capim
aruana cv. IZ 5 (Megathyrsus maximus). No segundo experimento, o produto foi
aplicado em amostras de esterqueira, provenientes de cama para revestimento de pisos
para confinamento, naturalmente infectada. O material foi colocado em 30 recipientes
de alumínio, os quais realizaram-se três tratamentos: 0,25g produto diluídos em 25ml
água destilada, 0,50g produto e mesma dosagem de água e controle, somente água
destilada. Paralelo a isto, 12 novos recipientes foram alocados em estufa B.O.D
(demanda bioquímica de oxigênio) para avaliação das interferências climáticas. As
médias de ovos por grama de fezes (OPG) foram diferentes entre os tratamentos
(p<0,001). Famacha™, peso, hematócrito e escore corporal (ECC) não diferenciaram
(p>0,05). As médias dos gêneros infectantes em pastagens, Haemonchus spp,
Trichostrongylus spp e Strongyloides spp diferenciaram-se entre os tratamentos
(p<0,001), enquanto Oesophagostomum spp e Cooperia spp não ocorreu tal feito. No
segundo experimento, médias para gêneros Haemonchus spp e Oesophagostomum spp
não apresentaram diferenças entre tratamentos, tanto temperatura ambiente, quanto
B.O.D (p>0,05), já Trichostrongylus spp e Strongyloides spp o oposto (p<0,001). Todas
as recuperações não apresentaram comportamento uniforme, com quedas e aumentos
súbitos. Em ambos os experimentos, o avanço de colonização do fungo foi progressivo
e visualizado, porém não se constataram resultados na redução de populações larvais.
Íntegra (PDF)